A proibição dos suplementos alimentares Slim Gotas Black e Slim Gotas reacende o debate sobre produtos que prometem efeitos terapêuticos sem comprovação científica. Após ação fiscal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram identificadas irregularidades na fabricação, divulgação e comercialização desses itens, resultando na suspensão de produção, distribuição, importação, venda e consumo em todo o território nacional.

Por que o suplemento Slim Gotas foi proibido pela Anvisa?
A Anvisa constatou que tanto o Slim Gotas Black quanto o Slim Gotas eram divulgados com alegações de cura ou controle de doenças, prometendo resultados típicos de medicamentos, mas sem registro ou autorização específica.
Esse tipo de prática contraria a legislação brasileira, que diferencia com clareza alimentos, suplementos alimentares e medicamentos. A agência também destacou a falta de informações confiáveis sobre a procedência dos suplementos, o que impede qualquer garantia de conformidade entre a composição declarada nos rótulos e o conteúdo real dos frascos.
Quais são os riscos relacionados à origem desconhecida do produto?
Sem dados sobre quem fabrica, onde são produzidos e quais controles de qualidade são adotados, não há segurança quanto à composição e à presença de possíveis contaminantes. Produtos irregulares podem conter ingredientes em doses inadequadas, substâncias não declaradas ou misturas que aumentam o risco de efeitos adversos.
Na prática, a proibição significa que esses itens devem ser apreendidos em ações de fiscalização e retirados de qualquer tipo de oferta, seja em lojas físicas, farmácias, mercados ou plataformas digitais. Sites, anúncios e campanhas em redes sociais que ainda promovam o suplemento Slim Gotas ou o Slim Gotas Black em desacordo com a decisão podem ser alvo de novas medidas regulatórias e sanções.
Alimento não é remédio!
O caso do suplemento Slim Gotas evidencia um aspecto central da política sanitária brasileira: alimento não é medicamento. Suplementos alimentares podem complementar a dieta com vitaminas, minerais e outras substâncias, mas não podem prometer tratamento, prevenção ou cura de doenças, pois isso caracteriza função medicamentosa.
Medicamentos, ao contrário, seguem um processo rigoroso de avaliação antes de chegarem ao mercado, com estudos clínicos e ensaios laboratoriais que comprovam segurança, eficácia terapêutica e qualidade. Confundir esses papéis pode levar pessoas a abandonar tratamentos prescritos, trocando terapias comprovadas por promessas sem respaldo científico ou controle regulatório adequado.
Quais são os principais riscos do uso de produtos “milagrosos”?
Especialistas em saúde pública destacam riscos relevantes no uso de produtos que se apresentam como “naturais”, “milagrosos” ou com resultados rápidos para doenças complexas. Esses produtos costumam explorar a fragilidade de quem busca soluções fáceis, muitas vezes sem seguir orientação profissional.
Entre os problemas mais frequentes associados a esse tipo de consumo irregular, destacam-se:
- Substituição de terapias indicadas por profissionais de saúde por suplementos sem comprovação;
- Possibilidade de interações com medicamentos de uso contínuo, potencializando efeitos ou reduzindo a eficácia;
- Consumo em doses elevadas, com base em propagandas enganosas e relatos sem base científica;
- Desconhecimento da composição real, sobretudo quando o fabricante é desconhecido ou não autorizado pela Anvisa.
Como identificar e denunciar produtos irregulares no mercado?
Diante de casos como o do suplemento Slim Gotas, as autoridades orientam que o consumidor adote cuidados básicos antes de adquirir qualquer produto com alegações de saúde. É essencial verificar se há autorização da Anvisa, se o rótulo é claro e se o produto evita promessas de cura ou de substituição de medicamentos prescritos.
Algumas práticas ajudam a reconhecer possíveis irregularidades e conduzir uma denúncia mais efetiva, contribuindo para a atuação rápida dos órgãos de fiscalização:
- Checar o registro ou notificação: consultar o nome do produto no site da Anvisa ou em bases oficiais;
- Observar o rótulo: verificar fabricante, CNPJ, endereço e composição completa, desconfiando de dados incompletos;
- Analisar a propaganda: anúncios que prometem “cura”, “fim da doença” ou “substituto de remédio” indicam infração às normas;
- Confirmar a indicação: em caso de dúvida, buscar sempre a orientação de um profissional de saúde habilitado.
Quando houver suspeita de irregularidade, a recomendação é encaminhar denúncia diretamente à Anvisa, pela Ouvidoria ou pela Central de Atendimento, no telefone 0800 642 9782. Informações como nome do produto, local de venda, site, prints de anúncios e fotos de rótulos auxiliam a investigação, reforçando um consumo mais atento e alinhado à proteção da saúde.