O anúncio do início das obras da Ponte Salvador-Itaparica em junho de 2026 marca um novo capítulo na infraestrutura da Bahia. Com custo estimado em R$ 11 bilhões, o projeto deve alterar a dinâmica de mobilidade entre a capital e a Ilha de Itaparica, com reflexos em centenas de municípios, além de gerar empregos e atrair investimentos em turismo, serviços e logística.
Qual o cronograma da Ponte Salvador-Itaparica?
O calendário da construção da Ponte Salvador-Itaparica foi estruturado em fases, com etapas técnicas e preparatórias previstas ao longo de 2025. Em dezembro de 2025, está previsto o início do projeto executivo, que detalha aspectos de engenharia, segurança e logística e orienta todo o desenvolvimento da obra principal.
Em maio de 2026, será montada uma plataforma provisória sobre o mar, servindo de base para equipamentos e avanço das frentes de trabalho. A partir de junho de 2026, começa oficialmente a construção da ponte, atendendo ao prazo mínimo de um ano após a assinatura do contrato, realizada em 4 de junho de 2025, com intermediação do TCE-BA e apoio de empréstimo aprovado pelo Senado Federal.
Quais as dimensões e trechos do Sistema Viário Salvador–Itaparica?
O projeto da Ponte Salvador-Itaparica prevê cerca de 12,4 km sobre o mar, o que pode torná-la a maior ponte da América Latina nesse tipo de travessia. O Sistema Viário Salvador–Ilha de Itaparica é composto por cinco trechos integrados, conectando a capital, a ilha e segmentos da BA-001, com intervenções urbanas e rodoviárias.
Para compreender melhor a abrangência da obra, os trechos foram planejados de forma complementar, visando fluidez no tráfego e integração regional. A seguir, estão os principais segmentos que estruturam o sistema viário proposto:
- Trecho 1: novos acessos viários em Salvador, facilitando a chegada e saída de veículos em direção à ponte;
- Trecho 2: travessia principal, a Ponte Salvador–Ilha de Itaparica;
- Trecho 3: área de chegada da ponte à Ilha de Itaparica;
- Trecho 4: nova variante rodoviária, conhecida como Desvio de Mar Grande, dentro da ilha;
- Trecho 5: recuperação e ampliação da BA-001, da nova variante, em Cacha Prego, até a cabeceira da Ponte do Funil.
Quais os impactos econômicos e sociais da Ponte Salvador-Itaparica?
Com a ponte e o sistema viário associados, o governo estadual projeta a criação de cerca de sete mil empregos, entre funções diretamente ligadas à obra e serviços complementares. A construção deve aquecer setores como construção civil, comércio, hotelaria e transporte em Salvador, Vera Cruz, Itaparica e cidades vizinhas.
Estimativas oficiais apontam que aproximadamente 10 milhões de baianos, em cerca de 250 municípios, poderão ser beneficiados direta ou indiretamente, com deslocamentos mais curtos e integração entre litoral, Recôncavo e baixo sul. O encurtamento de distâncias tende a favorecer o escoamento de mercadorias, o turismo e o acesso a serviços de saúde e educação, além de estimular novos investimentos logísticos e turísticos. Veja os impactos da ponte na região:
| Área | Antes da ponte | Depois da ponte |
|---|---|---|
| Mobilidade | • Dependência de ferry-boat• Longas filas e horários limitados | • Travessia rápida e contínua• Integração direta rodoviária |
| Economia regional | • Crescimento limitado• Logística mais cara | • Atração de investimentos• Redução de custos logísticos |
| Turismo | • Acesso restrito à Ilha de Itaparica• Menor fluxo de visitantes | • Aumento do fluxo turístico• Novos empreendimentos |
| Empregos | • Oferta concentrada em Salvador | • Geração de empregos diretos e indiretos• Interiorização do desenvolvimento |
| Desenvolvimento urbano | • Baixa integração metropolitana | • Valorização imobiliária• Expansão urbana planejada |
| Integração regional | • Conexão limitada com o Recôncavo | • Integração com o sul e baixo sul da Bahia |
| Competitividade | • Menor atratividade industrial | • Fortalecimento de polos produtivos |
| Qualidade de vida | • Deslocamentos imprevisíveis | • Mais previsibilidade e segurança no transporte |
Como foi viabilizado o acordo do projeto?
A formalização do contrato envolveu articulação política e institucional, anunciada em 4 de junho de 2025 pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). A reunião contou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, representando o consórcio chinês que, em parceria com o governo baiano, executará o projeto.
O Tribunal de Contas do Estado da Bahia teve papel central ao mediar a conciliação que permitiu a assinatura do contrato, após meses de negociação. Paralelamente, o Senado Federal autorizou empréstimo para o fundo garantidor da PPP, considerado decisivo para dar segurança financeira ao empreendimento e assegurar o início das obras em 2026. Veja os detalhes sobre a ponte:
FAQ sobre a Ponte Salvador-Itaparica
- Quando a ponte deve ficar pronta? A Ponte Salvador-Ilha de Itaparica tem previsão de ser concluída em junho de 2031, com o início das obras programado para junho de 2026.
- A travessia de ferry boat será encerrada? Não existe decisão formal sobre o fim dos ferries, e modelos combinados de transporte são comuns em projetos similares.
- Haverá pedágio na Ponte Salvador-Itaparica? Por se tratar de uma PPP, é esperado algum modelo de pedágio, com valores e isenções definidos em regulamentação específica.
- A obra terá ciclovia ou passagem para pedestres? As definições sobre faixas para pedestres e ciclistas devem constar no projeto executivo, ainda em detalhamento técnico.