Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul, passou a ocupar outro lugar no mapa econômico do país após a instalação de uma fábrica de celulose com investimento de R$ 22 bilhões. Em uma cidade de 24.152 habitantes, a chegada da unidade da Suzano alterou a rotina, a oferta de empregos e a dinâmica de serviços públicos e privados, consolidando o município como polo industrial relevante no mercado global de celulose.
Como a fábrica de celulose mudou a economia de Ribas do Rio Pardo?
A unidade da Suzano ampliou a arrecadação municipal, atraiu fornecedores e estimulou investimentos em infraestrutura urbana e regional, com reflexos em serviços públicos e na qualificação profissional da mão de obra local.
Com início de operação recente, a planta alcançou em menos de um ano a produção nominal de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, desempenho pouco comum no setor. A cidade, antes vista principalmente como área de base florestal, passou a ser identificada também como referência em tecnologia, produtividade e capacidade de atrair novos empreendimentos industriais. Veja os impactos econômicos na cidade:
| Situação antes da fábrica | Situação depois da fábrica / com a Suzano instalada |
|---|---|
| – Cidade pequena, com população modesta (cerca de 20-25 mil habitantes) | – Atração de novos moradores: estimativa de 6 mil novos habitantes, com possibilidade de ultrapassar 10 mil |
| – Economia local modesta, fluxo comercial pequeno, poucos serviços (hotéis, comércio, construção, etc.) | – Explosão de atividade: com a construção da fábrica, várias lojas, comércios, construção de imóveis, alojamentos, hotéis surgiram, e o comércio local cresceu significativamente |
| – Poucas oportunidades de emprego e renda local, dependência de atividades tradicionais da região (agricultura, serviços modestos) | – No pico da obra, gerados ~10–11 mil empregos diretos; na fase de operação, cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos permanentes nas áreas industrial, florestal e logística |
| – Infraestrutura urbana limitada (moradia, saúde, transporte, serviços públicos etc.) | – Investimentos em infraestrutura urbana: construção de moradias, centro médico, melhorias em saúde, habitação, mobilidade; apoio a projetos sociais, educação e segurança. A Suzano declarou ter investido mais de R$ 300 milhões nesses itens |
| – Perfil de cidade pequena, com ritmo calmo, sem grande crescimento populacional ou econômico | – Transformação no perfil urbano: município que “deu um salto”, sensação de “cidade grande”, com aumento do dinamismo, oferta de empregos, novos moradores e mudanças sociais |
Como a geração de empregos e serviços foi impactada pela fábrica?
A construção da nova planta gerou um pico de mais de 10 mil trabalhadores durante as obras, em cerca de 30 meses. Esse movimento trouxe fluxo intenso de pessoas, aumento de renda e demanda por moradia, alimentação, transporte, saúde, educação e comércio em geral.
Hoje, com a operação estabilizada, aproximadamente 3 mil profissionais permanecem ativos nas áreas industrial, florestal e logística. Esse quadro sustenta uma nova fase de crescimento para a economia local, impulsionando negócios de pequeno e médio porte e pressionando o município a investir em planejamento urbano e infraestrutura social.
Quais tecnologias sustentam a fábrica de celulose na cidade?
A planta utiliza tecnologia da ANDRITZ e sistemas de automação avançada, o que permitiu integrar diferentes áreas de operação em pouco tempo. A rápida conexão entre processos resultou de planejamento detalhado, capacitação de equipes e foco em alcançar estabilidade operacional desde os primeiros meses.
No complexo industrial, destacam-se recursos como gaseificação e recuperação química, automação e digitalização de processos e uso de robótica em áreas específicas. Um dos diferenciais é a planta SulfoLoop, que garante autossuficiência na produção de ácido sulfúrico, reduzindo dependência de fornecedores externos e aumentando a previsibilidade de custos e o controle de insumos críticos.
Por que o projeto virou referência?
Além da capacidade produtiva, a fábrica se destaca pela geração de energia renovável, com excedente médio de cerca de 180 MW, suficiente para abastecer uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes. Essa energia verde reforça a competitividade do empreendimento e se alinha a políticas de descarbonização e metas corporativas de emissões.
A logística foi planejada para dialogar com o entorno, com base florestal em um raio médio de 65 quilômetros, reduzindo tempo de transporte, emissões e custos. O alinhamento entre florestas plantadas, infraestrutura viária e operação industrial sustenta um modelo observado por outros atores do setor, combinando escala, eficiência logística e menor impacto ambiental. Veja imagens da fábrica divulgadas pelo Governador de MS, Eduardo Riedel, via Instagram:
Quais são os desafios e próximos passos para Ribas do Rio Pardo?
A megafábrica se tornou vetor de empregos, inovação e práticas ambientais que moldam o cotidiano local. O município passou a lidar com desafios típicos de cidades em rápida expansão, como pressão por habitação, serviços públicos mais complexos e necessidade de planejamento urbano integrado.
Com a manutenção de cerca de 3 mil postos de trabalho diretos em diferentes frentes, a cidade tende a manter ritmo elevado de atividade econômica. Entre as prioridades para os próximos anos, destacam-se ações que buscam equilibrar crescimento e qualidade de vida, em articulação entre poder público, empresa e comunidade:
- Investimentos em mobilidade urbana, saneamento e moradia para acompanhar o aumento populacional;
- Ampliação da oferta de saúde e educação, com foco em formação técnica e superior voltada à indústria;
- Adoção de programas ambientais e de monitoramento para mitigar impactos e conservar recursos naturais;
- Estímulo a novos negócios e à diversificação econômica, reduzindo a dependência exclusiva da cadeia de celulose.
FAQ sobre fábrica de celulose da Suzano
- Qual é a capacidade anual de produção da fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo? A unidade da Suzano instalada em Ribas do Rio Pardo produz aproximadamente 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano.
- Quantas pessoas trabalham hoje na fábrica e nas operações associadas? Cerca de 3 mil profissionais atuam atualmente nas frentes industrial, florestal e logística ligadas ao complexo de celulose.
- Qual foi o número máximo de trabalhadores durante a construção? No auge das obras, mais de 10 mil trabalhadores participaram da construção da planta ao longo de aproximadamente 30 meses.
- O que torna a planta de Ribas do Rio Pardo referência internacional? A combinação de tecnologia da ANDRITZ, automação avançada, autossuficiência em ácido sulfúrico, geração de energia verde, base florestal otimizada e rápida entrada em regime máximo de produção contribuiu para que o projeto fosse reconhecido como referência internacional no setor de celulose.
