Neymar abordou um tema sensível ao comentar, de forma aberta, sobre sua saúde mental na temporada de retorno ao Santos. Após a vitória por 3 a 0 sobre o Cruzeiro no início da noite deste domingo (7/12), que garantiu o time na Série A do Campeonato Brasileiro, o camisa 10 revelou que viveu um dos momentos mais delicados da carreira, marcado por pressão, lesões e desgaste emocional intenso, a ponto de sentir que seu “emocional foi para o zero”.
Como Neymar falou sobre saúde mental no futebol?
Ao falar sobre saúde mental, Neymar destacou que a combinação entre lesões, críticas constantes e a briga contra o Z-4 impactou diretamente seu equilíbrio emocional. Ele disse se considerar historicamente uma pessoa forte para suportar cobranças, mas admitiu que, desta vez, a situação passou do limite e exigiu uma mudança de postura.
O atacante observou ainda que as faltas sofridas em campo, segundo sua avaliação, costumam ser mais duras quando direcionadas a ele, aumentando o desgaste ao longo da temporada. Esse contexto, somado à responsabilidade de liderar o Santos na luta contra o rebaixamento, o levou a reconhecer que não conseguiria lidar com tudo sozinho. “Ajuda psicológica mesmo, já tinha feito terapia um tempo atrás, mas não foi nada porque eu estava mal, era porque eu queria uma autoajuda mesmo, para me ajudar mais, mas dessa vez foi a primeira vez que meu emocional foi para o zero.”, disse. Veja a fala de Neymar:
Como foi o pedido de ajuda psicológica de Neymar?
Foi nesse cenário que Neymar decidiu pedir ajuda profissional e procurar novamente a terapia. Ele lembrou que já havia feito acompanhamento psicológico em outra fase da carreira, com foco em autoconhecimento e melhoria pessoal, mas que desta vez o objetivo principal foi enfrentar o esgotamento emocional.
Em 2025, segundo o jogador, o recurso à ajuda psicológica aconteceu em um momento em que sentiu que não teria forças para se reerguer sozinho. Seu relato expôs uma realidade comum a muitos atletas de alto rendimento, que lidam com ansiedade, estresse e exaustão, mas raramente abordam o assunto de forma tão direta em público.
Como o apoio do Santos ajudou?
Neymar ressaltou o papel do treinador, dos companheiros de elenco e da família durante o período mais crítico da temporada. Segundo ele, esse círculo de apoio foi determinante para a retomada da confiança, ajudando-o a equilibrar cobrança, dores físicas e fragilidade emocional em meio à rotina intensa de treinos e jogos.
Mesmo com limitações físicas, o camisa 10 assumiu protagonismo nos jogos decisivos. Atuando no “sacrifício” após sofrer uma lesão no menisco do joelho esquerdo, participou diretamente da reação santista: nas três últimas partidas, marcou quatro gols e deu uma assistência, ajudando a tirar o Santos da zona de rebaixamento e a garantir vaga na Copa Sul-Americana.
O que a temporada no Santos indica?
O retorno à Vila Belmiro em um ano de forte cobrança evidenciou o peso que recai sobre grandes ídolos. Além da responsabilidade esportiva, Neymar precisou lidar com a expectativa da torcida, a preocupação em torno de sua condição física e o risco de ver o clube que o revelou cair para a Série B.
Com contrato se encerrando em 31 de dezembro, o futuro do atacante ainda não está oficialmente definido. A tendência é que o pós-temporada seja usado para descanso, recuperação completa do joelho e avaliação cuidadosa dos próximos passos, reforçando a prioridade dada ao equilíbrio entre desempenho e saúde física e mental.
Por que a saúde mental de jogadores está em evidência?
O relato de Neymar se soma a um movimento mais amplo no esporte, em que atletas de elite passaram a falar com mais franqueza sobre ansiedade, depressão, estresse e esgotamento emocional. Quando um jogador desse porte admite que “o emocional foi para o zero” e que precisou de apoio psicológico, o tema ganha visibilidade e ajuda a reduzir estigmas.
Esse tipo de declaração também contribui para que torcedores entendam melhor a rotina de quem atua em alto nível, indo além de gols, títulos e contratos. Por trás da imagem pública, há pessoas sujeitas a dores, frustrações e medo do fracasso, o que reforça a importância de protocolos internos em clubes e acompanhamento psicológico contínuo.
- Implementar equipes multiprofissionais com psicólogos, médicos e preparadores integrados ao dia a dia dos atletas.
- Criar canais de escuta segura para que jogadores relatem problemas emocionais sem medo de retaliação.
- Oferecer programas de educação sobre saúde mental para atletas, comissões técnicas e dirigentes.
- Estimular o diálogo público sobre o tema, usando o exemplo de ídolos para normalizar o pedido de ajuda.
FAQ sobre Neymar
- Neymar já havia falado publicamente sobre saúde mental antes? Até aqui, o jogador raramente tinha abordado o tema de forma tão direta. Ele já mencionara pressões e críticas, mas o relato de que “o emocional foi para o zero” tornou esse episódio um dos mais explícitos sobre saúde mental em sua carreira.
- Que tipo de terapia Neymar buscou nessa fase? Neymar relatou que procurou ajuda psicológica, recorrendo novamente à terapia. Anteriormente, havia feito sessões com foco em autoconhecimento; desta vez, o objetivo principal foi lidar com o esgotamento emocional e recuperar o equilíbrio.
- A lesão no joelho influenciou o abalo emocional? A lesão no menisco do joelho esquerdo somou-se à pressão da temporada, contribuindo para o desgaste. O fato de atuar no “sacrifício” na reta final reforçou o nível de exigência física e mental enfrentado pelo atleta.
- O desabafo de Neymar pode mudar a forma como clubes tratam saúde mental? Declarações públicas como essa tendem a estimular debates internos em clubes e federações sobre a necessidade de acompanhamento psicológico regular, ampliando a atenção à saúde mental em paralelo ao trabalho físico e tático.