A indicação do senador Flávio Bolsonaro como provável candidato à Presidência da República em 2026 recoloca a família no centro das articulações eleitorais nacionais. A decisão, comunicada por Jair Bolsonaro a aliados próximos, marca a primeira vez em que o ex-presidente aponta de forma clara um nome da família para disputar o Palácio do Planalto, em um cenário em que ele está preso na carceragem da Polícia Federal, em Brasília, o que reforça o papel de Flávio como principal herdeiro político desse grupo. As informações foram reveladas pela coluna de Paulo Cappelli no portal Metrópoles.
Como Flávio Bolsonaro se destaca para a Presidência em 2026?
A aposta em Flávio Bolsonaro sinaliza uma tentativa de reorganização do campo bolsonarista, com o ex-presidente avaliando que o filho mais velho pode ganhar visibilidade ao se assumir como pré-candidato. A expectativa é que ele amplie agendas pelo país, intensifique viagens e dialogue com diferentes segmentos, buscando se projetar nacionalmente.
Com perfil considerado mais moderado que o dos irmãos, Flávio é visto por interlocutores como ativo para atrair parte da classe política e do setor econômico. A sinalização de Jair Bolsonaro a aliados, de que o senador do PL do Rio de Janeiro será seu candidato em 2026, reforça a ideia de que ele passará a liderar debates contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O que muda na atuação política de Flávio Bolsonaro até 2026?
Dentro da estratégia traçada, Flávio deve explorar sua condição de senador e sua proximidade com governadores aliados, ampliando influência em estados-chave. A leitura de Bolsonaro é de que o filho primogênito tem capacidade de consolidar a unidade interna do PL e manter o bolsonarismo mobilizado até o pleito presidencial.
Ao mesmo tempo, a escolha busca transmitir imagem de maior estabilidade institucional, reforçando a atuação discreta e negociadora de Flávio no Congresso. Esse movimento pretende reduzir resistências em setores que cobram previsibilidade política, preservando a identidade do campo conservador.
Qual é o papel dos governadores e do PL?
O possível projeto presidencial de Flávio Bolsonaro se apoia em aliados com peso eleitoral relevante, especialmente nos maiores colégios eleitorais. Ganham destaque os governadores Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e Cláudio Castro, no Rio de Janeiro, apontados como pilares do palanque nacional do senador.
No campo partidário, o Partido Liberal (PL) tende a funcionar como base estruturante da campanha, buscando evitar divisões internas que fragilizem a oposição. A candidatura de Flávio seria um instrumento para manter a marca bolsonarista em evidência e, ao mesmo tempo, abrir espaço para composições com partidos de centro.
- Manutenção da influência bolsonarista no cenário nacional;
- Apoio de governadores alinhados ao projeto;
- Unidade do PL em torno de um nome competitivo;
- Aproximação com partidos de centro para ampliar alianças.
Como ficam Michelle Bolsonaro e a escolha do vice?
No desenho projetado por aliados, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ter papel relevante em outra frente eleitoral. A articulação mais citada é sua candidatura ao Senado pelo Distrito Federal, mantendo seu capital político ativo e contribuindo para impulsionar a campanha nacional de Flávio.
Para a vice-presidência, a tendência é a escolha de um nome de centro, indicado por outro partido, para sinalizar compromisso com estabilidade institucional. A composição pretendida busca manter a base fiel do bolsonarismo enquanto tenta reduzir resistências em segmentos que valorizam previsibilidade política e econômica:
- Flávio como cabeça de chapa pelo PL;
- Vice de partido de centro, em composição ampla;
- Michelle Bolsonaro disputando o Senado pelo DF;
- Alinhamento com governadores aliados nos estados-chave.
Qual é o cenário para Lula, Alckmin e a disputa de 2026?
Do outro lado da disputa, o governo federal se movimenta para manter a atual aliança e preservar a fórmula de 2022. No PT, lideranças defendem que Geraldo Alckmin, do PSB, seja novamente candidato a vice em chapa encabeçada por Lula, mantendo o arco que combina base histórica petista e setores de centro e empresariado.
Se o cenário se confirmar, a eleição de 2026 tende a opor uma chapa Lula–Alckmin a uma candidatura liderada por Flávio Bolsonaro, ambas buscando diálogo com setores moderados. Até lá, o quadro segue em construção, sujeito a decisões judiciais, movimentos partidários e rearranjos internos tanto no bolsonarismo quanto na base governista:
- Reedição da aliança Lula–Alckmin defendida por líderes do PT;
- Aposta governista na continuidade de um arco amplo de apoio;
- Possível confronto direto entre Lula e um representante da família Bolsonaro;
- Disputa por apoio de partidos de centro como elemento decisivo.
FAQ sobre candidatura de Flávio Bolsonaro
- Flávio Bolsonaro já é oficialmente candidato? Ainda não. O que existe é a indicação de Jair Bolsonaro, comunicada a aliados, de que o senador será seu candidato à Presidência em 2026, mas o registro oficial só ocorre no período eleitoral.
- Jair Bolsonaro pode participar ativamente da campanha? A participação dependerá de decisões judiciais e das condições impostas pelos processos em curso. A expectativa é que exerça papel de liderança política e de articulação de bastidores, mesmo diante de eventuais restrições.
- Michelle Bolsonaro pode mudar de plano e ser vice de Flávio? As articulações atuais apontam Michelle como possível candidata ao Senado pelo Distrito Federal, mas movimentos eleitorais podem ser ajustados conforme o cenário político evoluir e as alianças se redefinirem.
- Há outros nomes no PL cogitados para 2026? O PL abriga diversas lideranças nacionais, mas, com a indicação de Jair Bolsonaro, a tendência é que o partido concentre esforços na viabilidade da candidatura de Flávio como principal representante do campo bolsonarista.