Nesta terça-feira, a Anvisa anunciou a proibição imediata da fabricação, comercialização, distribuição, propaganda e uso do pó para preparo de café Fellow Criativo, da marca Cafellow, em todo o Brasil. A decisão foi motivada principalmente pelo uso do extrato do cogumelo Agaricus bisporus, que ainda não teve sua segurança para consumo avaliada no país, além de irregularidades na rotulagem e na propaganda, como alegações não comprovadas de benefícios para controle de insulina e redução do colesterol.

Anvisa proíbe o Fellow Criativo da Cafellow no Brasil
A Anvisa determinou que todas as unidades do Fellow Criativo sejam recolhidas do mercado nacional. A empresa está impedida de comercializar ou divulgar o produto até nova análise, sob pena de multas e sanções administrativas caso descumpra a decisão.
O rótulo também é considerado um fator de risco, pois pode induzir o consumidor a pensar que se trata realmente de café, gerando confusão sobre a natureza do produto e colocando em risco a escolha do consumidor.
Por que a Anvisa vê o Agaricus bisporus como preocupação?
A preocupação com o Agaricus bisporus se deve ao fato de o extrato desse cogumelo não ter sido avaliado quanto à segurança alimentar no Brasil, especialmente no contexto de seu uso em bebidas em pó. Embora o cogumelo-de-paris seja amplamente consumido ao redor do mundo, o formato de extrato requer validação específica.
É necessário garantir que não existam efeitos desconhecidos ou interações prejudiciais quando o composto é inserido em novos tipos de alimentos, como no pó para café. Isso é fundamental para proteger aqueles que consomem produtos inovadores no mercado brasileiro.
Como são avaliados os riscos e a segurança alimentar de novos ingredientes?
Para que um novo ingrediente seja aprovado, as empresas precisam cumprir procedimentos rigorosos exigidos pela Anvisa. Isso envolve a apresentação de estudos e testes específicos antes de qualquer alegação sobre benefícios poder ser feita no rótulo.
Esses passos, que seguem padrões internacionais, visam garantir que o ingrediente não represente riscos à saúde pública. Confira algumas das etapas necessárias para essa validação:
- Submissão de estudos científicos independentes sobre o ingrediente.
- Análise de toxicidade para identificar riscos em diferentes dosagens.
- Testes de eficácia para comprovar alegações de benefícios à saúde.
Operação Café Fake investigou irregularidades nas marcas de café
Em maio e junho de 2025, a operação intitulada “Café Fake” intensificou a fiscalização na indústria de café no Brasil. Foram identificadas irregularidades, impurezas e toxinas em várias marcas, o que resultou em autuações e suspensão da venda de produtos de marcas como Melissa, Pingo Preto e Oficial.
Essas ações reforçam a importância de proteger o consumidor e garantir que os produtos vendidos estejam de acordo com as normas sanitárias. O objetivo é assegurar integridade do mercado e a segurança alimentar em todos os níveis.
