Em uma coletiva de imprensa conduzida na Malásia nesta segunda-feira (27/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou detalhes de seu encontro recente com o presidente Donald Trump. Uma parte significativa da discussão focou no ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado de Trump, que, segundo Lula, agora faz parte do passado da política brasileira.
Segundo informações da Folha de SP, Lula enfatizou para Trump que Bolsonaro, outrora uma figura central no cenário político do Brasil, não mais detém a mesma relevância. Usando a expressão “rei morto, rei posto”, Lula sugeriu que três reuniões seriam suficientes para que Trump percebesse a insignificância política atual de Bolsonaro. Essa declaração faz referência ao papel decadente que Bolsonaro assumiu após os eventos conturbados em torno de suas ações políticas, incluindo alegações de tentativa de golpe e outras acusações sérias.
Quais as questões levantadas por Lula?
Uma questão controversa levantada por Lula foi a utilização da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, em função do julgamento de Jair Bolsonaro. O uso dessa legislação está relacionado às sanções impostas por violações de direitos humanos e corrupção. Lula deixou claro a sua posição contrária à aplicação dessa lei contra oficiais brasileiros, reforçando que considera tal enquadramento uma afronta à soberania do Brasil.
Além de discussões políticas, Lula e Trump conversaram sobre as tarifas comerciais que atualmente geram atrito entre Brasil e Estados Unidos. Lula expressou otimismo com relação à conclusão de um acordo em breve. Ficou estabelecido que apenas os presidentes discutiriam questões políticas, enquanto a negociação de tarifas, atualmente em 50% sobre determinados produtos brasileiros, seria abordada exclusivamente pelas equipes técnicas de ambos os países.
“Disse a eles que eles têm um plano para matar a mim, para matar o meu vice-presidente, para matar o Alexandre de Moraes. E eles foram julgados com direito de defesa que eu não tive quando eu fui processado. E que, portanto, isso não está em questão, isso não está em discussão. (Trump) sabe. Rei morto, rei posto. Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira. Falei para ele. Três reuniões comigo e você vai perceber que Bolsonaro era nada.”, afirmou o presidente.
Por que o presidente quer mediar conflito na Venezuela?
Em meio às tensões geopolíticas, Lula se ofereceu para atuar como mediador no conflito entre os Estados Unidos e o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Essa iniciativa demonstra a intenção do presidente brasileiro de fortalecer seu papel no cenário internacional, buscando uma ‘solução’ para um problema regional que afeta todo o continente. A receptividade de Trump a essa proposta ainda não é clara, mas sinaliza uma nova fase diplomática para o Brasil.
FAQ sobre reunião de Lula e Trump
- O que foi discutido sobre a tentativa de golpe mencionada por Lula? Lula alegou que havia um plano para assassinatos de figuras de destaque no Brasil, incluindo ele próprio, seu vice e o ministro Alexandre de Moraes, ressaltando que os conspiradores tiveram um julgamento justo, ao contrário do que ele próprio teria experimentado.
- Qual a posição de Trump em relação a Bolsonaro no cenário atual? Durante a reunião, não foi explicitamente mencionado o posicionamento atual de Trump em relação a Bolsonaro, mas a insinuação de Lula sugere que Trump está disposto a reconsiderar sua aliança anterior.
- Quais são os principais produtos afetados pelas tarifas de 50%? Ainda não foi divulgada uma lista oficial dos produtos afetados, mas as discussões visam aliviar as barreiras comerciais para produtos de grande relevância para o mercado brasileiro e americano.
- Como seria a mediação de Lula no conflito venezuelano? Lula se propôs a facilitar o diálogo entre os EUA e a Venezuela, embora detalhes específicos sobre como ele planeja conduzir essa mediação ainda não tenham sido divulgados.
O encontro de Lula com Trump trouxe à tona várias questões importantes, desde relações bilaterais, passando por temas de relevância regional como a situação na Venezuela, até a abordagem sobre figuras políticas brasileiras como Jair Bolsonaro.
