A tão divulgada reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano Donald Trump, realizada na Malásia, acabou sem qualquer resultado concreto para o Brasil. Apesar da longa viagem de mais de 24 horas, Lula não conseguiu reverter tarifas comerciais que hoje chegam a 50% sobre produtos brasileiros, nem negociar o fim das sanções impostas a ministros do STF pelos Estados Unidos.
O advogado Martín de Luca, ligado à Trump Organization, ironizou a situação nas redes sociais ao afirmar:
“Depois de apenas 45 minutos com @realDonaldTrump, @LulaOficial e sua equipe deram meia dúzia de coletivas de imprensa em 12 horas. Nunca tão pouco produziu tantas declarações de ‘grande progresso’. Quando você está tão desesperado por validação, até mesmo voar 24 horas para uma sessão de fotos na Malásia se torna um ‘encontro histórico’. Papai disse olá e Lula está comemorando como se tivesse vencido a Segunda Guerra Mundial.”
A publicação viralizou entre apoiadores de Trump e da oposição brasileira, reforçando a percepção de que o encontro serviu apenas para marketing político. Fontes próximas ao presidente americano confirmaram que a conversa foi breve e sem discussões sobre acordos econômicos, diplomáticos ou institucionais.
Mesmo assim, o Palácio do Planalto divulgou fotos e comunicados oficiais exaltando o “respeito mútuo” e o “diálogo produtivo” entre os líderes. A estratégia do governo foi transformar o gesto protocolar em uma vitória simbólica de comunicação, destacando Lula como figura de projeção internacional.
Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as… pic.twitter.com/aTXZthrb9Z
— Lula (@LulaOficial) October 26, 2025
Nos bastidores, o encontro foi interpretado como uma tentativa de Lula de neutralizar o discurso do grupo ligado a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vinha reivindicando exclusividade no canal de diálogo com Trump e com o Partido Republicano dos EUA.
Contudo, especialistas em política externa apontam que, na prática, nada mudou nas relações bilaterais: as tarifas de importação continuam em vigor, as sanções a ministros do STF não foram revistas, e nenhum novo acordo foi firmado.
Assim, a viagem de Lula à Malásia, que custou caro e durou mais de um dia, terminou como uma vitrine de autopromoção, sem benefícios tangíveis para o Brasil.