Em um momento em que o cenário político brasileiro se reconfigura, novas pesquisas de opinião indicam uma melhora na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelando mudanças significativas na percepção pública desde o início de seu mandato. Essa virada de popularidade, que se reflete em números mais otimistas para o governo atual, está sendo atribuída a diversos fatores, entre eles, a percepção de queda nos preços dos alimentos e a postura estratégica frente às ações tarifárias dos Estados Unidos.
A melhora na avaliação de Lula desde janeiro ocorre em meio a desafios contínuos na administração pública. De acordo com a recente pesquisa da Quaest, a aprovação do presidente atingiu 46%. Essa marca, embora signifique que ainda é mais desaprovado do que aprovado, representa uma recuperação consistente, pois a diferença entre aprovação e desaprovação, que era de 17 pontos, foi reduzida para apenas cinco. Esta reaproximação se dá ao mesmo tempo em que a desaprovação do governo apresenta uma ligeira queda para 51%.
Especificamente entre os brasileiros que ganham até dois salários mínimos, a aprovação aumentou de 46% para 55%, destacando um impacto positivo nas faixas de renda mais baixas. A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre 13 e 17 de agosto de 2025, com 2.004 entrevistas presenciais e uma margem de erro de dois pontos percentuais. Uma particularidade notável da pesquisa foi que 58% dos brasileiros acreditam que o presidente não deveria se candidatar nas próximas eleições, conforme indicado pela pesquisa Genial/Quaest.
Qual é o impacto dos preços dos alimentos na popularidade do presidente?
A percepção de alívio no orçamento familiar, especialmente em relação ao custo dos alimentos, emergiu como um fator crítico na ascensão de Lula nas pesquisas. Com uma diminuição na porcentagem de brasileiros que dizem experimentar aumentos nos preços dos alimentos, essa realidade oferece um fôlego econômico importante para populações mais vulneráveis. De 76% dos brasileiros que testemunharam uma inflação acentuada nesses produtos, agora apenas 60% ainda veem preços mais altos, enquanto 18% notam uma redução dos custos.
Essa tendência favorável reflete no aumento do apoio entre os brasileiros mais pobres, resgatando a confiança das pessoas que ganham até dois salários mínimos. Nesse segmento, observa-se uma transição na aprovação do governo de 46% para 55%, mostrando que questões de preço de commodities alimentícias estão diretamente ligadas às percepções públicas da eficiência governamental.
Como a posição do governo em relação às tarifas dos EUA afetou a imagem de Lula?
A resposta do governo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, comandadas por Donald Trump, também foi apontada como uma razão para o reforço da popularidade de Lula. Cerca de 48% dos brasileiros acham que Lula e o PT lidaram melhor com esse desafio econômico em comparação à gestão ponderada por Jair Bolsonaro. Além disso, 51% dos brasileiros acreditam que as tarifas foram motivadas por interesses políticos de Trump, conforme a pesquisa Genial/Quaest. A percepção de que as tarifas foram motivadas por interesses políticos de Trump contribui para uma narrativa onde Lula surge como defensor dos interesses nacionais.
Esse posicionamento assertivo contra as tarifas externas reforça a imagem de um governo que se preocupa com o impacto dessas políticas nos preços dos produtos importados, particularmente sobre alimentos, uma preocupação para 64% dos brasileiros que temem a escalada de preços nesse setor.
Qual é o cenário das eleições de 2026 para Lula?
Embora a rejeição à figura de Lula tenha diminuído de 57% para 51%, conforme indicativos das pesquisas atuais, ainda existe uma maioria de 58% que acredita que o presidente não devia se candidatar nas próximas eleições. No entanto, se ele decidir correr para um novo mandato, as pesquisas indicam que lideraria em todos os cenários de primeiro e segundo turno em 2026, destacando-se contra potenciais rivais políticos.
A oposição enfrenta um cenário mais desafiador, especialmente aqueles alinhados a Bolsonaro. Tarcísio de Freitas, anteriormente visto como um oponente forte, perdeu terreno, tornando o desafio ainda mais árduo para a oposição. Diversos eventos, como o ‘tarifaço’, contribuíram para uma imagem mais negativa da oposição em grande parte do público, oferecendo uma vantagem estratégica para Lula.
Por fim, o atual cenário político apresenta um mosaico de mudanças e oportunidades para o governo de Lula e para seus opositores, assim como desafios de engajamento e estratégias em face da resposta pública e das variáveis econômicas e políticas que moldam o Brasil de hoje.
FAQ
O que contribuiu para a melhora da popularidade de Lula em 2025?
Vários fatores contribuíram, principalmente a percepção de alívio nos preços dos alimentos, a queda da inflação para as famílias mais pobres e a postura do governo frente às tarifas dos EUA, além de programas de transferência de renda reforçados.
Mesmo com melhora, Lula é mais aprovado ou desaprovado?
Segundo a pesquisa Quaest, a aprovação de Lula chegou a 46%, mas a desaprovação ainda está em 51%. Ou seja, ele ainda é mais desaprovado, mas a diferença diminuiu bastante ao longo do ano.
A queda nos preços dos alimentos foi percebida em todo o país?
A pesquisa indica que a percepção de melhora foi maior entre as famílias mais vulneráveis e do interior do Brasil, com impacto positivo principalmente entre quem recebe até dois salários mínimos.
Lula é favorito nas eleições de 2026?
Apesar de a maioria não apoiar uma nova candidatura, Lula lidera as intenções de voto em todos os cenários simulados para primeiro e segundo turnos, segundo as pesquisas disponíveis até o momento.
Como a resposta às tarifas dos EUA impactou a imagem do governo?
O governo Lula foi visto como mais eficiente ao defender os interesses do Brasil e atuar contra políticas consideradas hostis do governo Trump, fortalecendo a imagem de defesa da economia nacional.
Quais os desafios da oposição?
A perda de força de nomes como Tarcísio de Freitas e a associação a medidas impopulares como o ‘tarifaço’ dificultam a vida da oposição, além de uma imagem desgastada junto ao eleitorado.
Qual é a margem de erro da pesquisa Quaest citada?
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 eleitores presencialmente, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Qual importância dos programas sociais no cenário?
Além dos fatores econômicos, fortaleceu a imagem do governo a manutenção e ampliação de programas sociais dirigidos às camadas mais pobres, reforçando seu principal segmento de apoio.
