Nesta quinta-feira (14/8), a Rússia implementou restrições ao uso dos aplicativos de mensagens WhatsApp e Telegram. A medida foi anunciada no dia anterior (13/8), com o argumento de que ambas as plataformas têm se recusado a fornecer dados sobre conversas de usuários que o governo russo considera suspeitos de atividades terroristas. Estas medidas são apoiadas pelo órgão de controle das comunicações russo, Roskomnadzor, como parte de um esforço para combater fraudes, extorsões e atividades subversivas.
Argumentos oficiais destacam que aplicativos como WhatsApp e Telegram são frequentemente utilizados como principais serviços de voz por criminosos, além de servirem como ferramenta para recrutar cidadãos russos em atividades consideradas subversivas e terroristas. Isso levou ao bloqueio parcial dos serviços no país, visto que aplicativos se negaram a cooperar integralmente com as demandas do governo russo por dados.
Como WhatsApp e Telegram reagiram?

Ambos os aplicativos reagiram às restrições impostas pela Rússia. O Telegram, conhecido por sua política de manter privacidade e segurança do usuário, afirmou que combate ativamente o uso indevido de sua plataforma, removendo conteúdo nocivo regularmente. O WhatsApp, pertencente à Meta, destacou sua criptografia de ponta a ponta e posicionou-se como defensor do direito de comunicação segura dos usuários.
As respostas das plataformas deixam claro um impasse em relação à cooperação com legislações que considerem excessivas em termos de coleta de dados dos usuários. Esta resistência ocorre não apenas pela questão de privacidade dos usuários, mas também como um princípio de operação, que visa proteger a confidencialidade das comunicações.
- WhatsApp: A Meta, empresa dona do WhatsApp, declarou que o governo russo está tentando bloquear o serviço por conta de sua criptografia de ponta a ponta. A empresa afirmou que sua plataforma oferece comunicação segura e que as restrições são uma violação do direito dos usuários a uma comunicação privada. O WhatsApp tem mais de 100 milhões de usuários na Rússia.
- Telegram: O Telegram, por sua vez, se manifestou dizendo que combate ativamente o uso indevido da plataforma. A empresa afirmou que utiliza ferramentas de inteligência artificial para monitorar e remover milhões de conteúdos maliciosos e relacionados a fraude diariamente. No entanto, o Telegram não respondeu diretamente às exigências russas de cooperar com as autoridades de segurança e abrir escritórios locais.
Quais as implicações para a segurança?
Desde o início das operações militares na Ucrânia, a Rússia tem sido criticada por limitar liberdades de expressão e de imprensa, com aumento de regulações sobre os meios de comunicação e internet. O bloqueio de WhatsApp e Telegram é visto como mais um passo nesta direção, preocupando cidadãos russos e observadores internacionais.
As forças de segurança russas sustentam que aplicativos como o Telegram têm sido utilizados por Kiev para planejar atos de sabotagem, o que justifica, segundo eles, a necessidade de maior controle e acesso aos dados de comunicação. No entanto, críticos afirmam que essa medida aumentaria ainda mais o controle estatal sobre a vida digital dos cidadãos, limitando liberdades fundamentais e potencialmente abusando do poder.

Quais os próximos passos no país?
Com as restrições atuais, há um impacto significativo no uso cotidiano de aplicativos de mensagens por mais de 100 milhões de russos. O bloqueio pode resultar em uma migração para serviços domésticos ou alternativos que operem em conformidade com as leis russas, o que pode alterar radicalmente a forma de comunicação digital no país.
O Ministério Digital da Rússia afirmou que o acesso será restabelecido caso as empresas concordem em seguir a legislação russa, sugerindo que há espaço para negociação. Essa possibilidade deixa uma porta aberta para futuras concessões por parte dos aplicativos ou o crescimento de alternativas locais que atendam às demandas governamentais sem comprometer a segurança dos usuários.
FAQ
- Por que a Rússia está bloqueando WhatsApp e Telegram?
- As plataformas continuarão bloqueadas indefinidamente?
- Como isso afeta os usuários na Rússia?