O ambiente doméstico, embora considerado seguro para os animais de estimação, está repleto de estímulos sonoros que podem causar desconforto ou mesmo estresse no pet. Maus hábitos, como o volume elevado da televisão, música em alto volume, ou o uso frequente de eletrodomésticos barulhentos, compõem uma rotina auditiva que muitas vezes passa despercebida pelos tutores. Para os animais, contudo, sons que fazem parte do dia a dia humano podem ser motivos de inquietação e até gerar alterações comportamentais.
Os fogos de artifício são conhecidos por causarem pânico em animais por causa do som intenso e repentino. No entanto, existem muitos outros ruídos que podem afetar o bem-estar dos bichos, como aspirador de pó, liquidificador, furadeiras e até buzinas de automóveis próximas à residência. Com a audição mais apurada que a dos humanos, cães e gatos, por exemplo, percebem frequências e volumes de maneira ampliada, tornando-se mais vulneráveis ao excesso de barulho doméstico.
Quais sons na casa podem desencadear o estresse em pets?

Além dos já conhecidos fogos de artifício, muitos ruídos cotidianos possuem potencial para inquietar os animais de estimação. Aparelhos como micro-ondas, secador de cabelo e máquinas de lavar apresentam sons repetitivos e intensos que podem assustar cães e gatos. Trovoadas, portas batendo com força ou mudança brusca no tom da voz dos moradores também são identificados como causas para o aumento do estresse animal. Dependendo do perfil do pet, essas situações podem resultar até mesmo em tremores, fugas, latidos e miados excessivos.
Vale ressaltar que animais com histórico de ansiedade ou maior sensibilidade auditiva podem ser mais suscetíveis aos impactos desses sons. Os filhotes e idosos, frequentemente, demonstram sinais mais evidentes de desconforto na presença de barulhos fortes ou inusitados, demonstrando a importância de ambientes adaptados e comportamentos preventivos por parte dos tutores.
- Eletrodomésticos:
- Aspirador de pó: O som alto e a sucção forte podem ser muito intimidadores.
- Liquidificador/Batedeira: O ruído agudo e repentino pode assustar.
- Máquina de lavar/Secar: O ciclo de centrifugação, em particular, pode gerar vibrações e ruídos altos.
- Secador de cabelo: O som contínuo e forte pode ser irritante.
- Campainha: O toque repentino e, muitas vezes, alto, seguido da movimentação de pessoas, pode gerar ansiedade.
- Eletrônicos e Mídias:
- TV/Rádio em volume alto: Sons explosivos, gritos ou músicas muito altas podem ser aversivos.
- Celulares (campainhas e notificações): Sons inesperados e repetitivos.
- Video games: Efeitos sonoros intensos, como explosões ou tiros.
- Ferramentas e Manutenção:
- Furadeira/Martelo: Ruídos altos e percussivos são geralmente muito estressantes.
- Cortador de grama/Aparador: Se o animal estiver perto da área externa, o barulho pode ser perturbador.
- Sons de Impacto/Queda:
- Objetos caindo no chão: O som repentino de algo quebrando ou caindo, especialmente se for pesado ou frágil.
- Portas batendo: Um som alto e inesperado pode assustar.
- Sons Inesperados/Agudos:
- Sinos: O tilintar pode ser irritante para alguns animais.
- Choro de bebê/criança: Embora não seja um “som doméstico” no sentido de um aparelho, o choro alto e prolongado pode causar estresse em alguns pets.
- Tosse/espirro alto: Um som humano repentino e forte pode surpreender o animal.
Como identificar sinais de estresse no seu pet?
Os sintomas relacionados ao estresse por barulho variam de acordo com o indivíduo, mas existem sinais comuns observados entre cães e gatos. Entre eles, estão:
- Agitação e inquietação;
- Tentativa de se esconder ou buscar refúgio em locais fechados;
- Tremores, salivação em excesso e respiração ofegante;
- Vocalizações intensificadas, como latidos ou miados altos;
- Comportamento destrutivo, como roer móveis ou arranhar objetos;
- Diminuição ou perda de apetite;
- Agressividade repentina, direcionada a pessoas ou outros animais.
Observar atentamente essas manifestações é fundamental para agir de forma preventiva, buscando minimizar impactos negativos e promover um convívio mais harmonioso entre os animais e seus tutores.
O que fazer para proteger os animais do estresse?
Reduzir o estresse sonoro em ambientes domésticos requer algumas mudanças de rotina simples, mas eficientes. Uma recomendação importante é manter o volume de aparelhos eletrônicos sempre em níveis moderados, evitando sons abruptos que possam surpreender o animal. Em momentos de maior movimentação sonora, como obras ou festas em casa, é indicado oferecer ao pet um espaço reservado, com brinquedos e objetos familiares, reduzindo as chances de exposição direta ao ruído.
- Crie ambientes seguros: disponibilize esconderijos confortáveis e silenciosos em diferentes cômodos.
- Adapte a rotina nos horários mais barulhentos, oferecendo reforço positivo durante situações de ruído.
- Considere o uso de música ambiente suave, que pode ajudar a mascarar sons externos e proporcionar maior tranquilidade.
- Em casos persistentes, procure orientação de um médico-veterinário ou especialista em comportamento animal.
O cuidado com os sons presentes no lar contribui para o bem-estar dos animais, promovendo saúde emocional e prevenindo problemas comportamentais. Avaliar as características individuais de cada pet, assim como ajustar o ambiente doméstico, são estratégias fundamentais para minimizar impactos negativos e garantir uma convivência saudável.