Integrantes do governo federal pretendem sugerir ao presidente um novo direcionamento na política de concessão de vistos para autoridades estadunidenses. A proposta ganha destaque após a recente suspensão do visto americano do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de seus familiares e de aliados na alta Corte, fato que repercutiu amplamente nos meios políticos e jurídicos em julho de 2025. A suspensão foi anunciada publicamente pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em um contexto de alta tensão diplomática. A decisão teria como propósito estabelecer medidas recíprocas, atingindo principalmente membros associados ao entorno do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e executivos de grandes empresas tecnológicas globais.
A revogação do visto ocorreu imediatamente após a imposição, pelo ministro Alexandre de Moraes, de medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, busca e apreensão em sua residência, restrição ao uso de redes sociais e proibição de contato com o deputado Eduardo Bolsonaro. A aplicação dessas medidas pela Polícia Federal foi considerada pelas autoridades norte-americanas como fator central para a resposta diplomática, servindo de estopim para o endurecimento das relações entre os países.
Os Estados Unidos justificaram a revogação do visto de Alexandre de Moraes como uma resposta à suposta ‘caça às bruxas’ contra Jair Bolsonaro, conforme apontado pelo secretário de Estado Marco Rubio. Para o governo norte-americano, as medidas aplicadas por Moraes configurariam perseguição política e censura, afetando direitos básicos e preocupando também representantes americanos.
Nos bastidores, a análise de reciprocidade é entendida como uma resposta diplomática a ações consideradas hostis por parte do governo norte-americano. De acordo com fontes próximas ao Palácio do Planalto, há avaliação sobre a possibilidade de restringir ou até mesmo suspender a concessão de vistos para representantes norte-americanos e dirigentes de big techs, caso novas medidas restritivas sejam aplicadas contra autoridades brasileiras.
O que motivou a proposta de restrição de vistos aos aliados de Trump?
A suspensão do visto americano do ministro Alexandre de Moraes serviu de estopim para a elaboração da proposta. O anúncio da suspensão pela autoridade máxima da diplomacia americana, Marco Rubio, reforçou a interpretação de que a medida foi oficialmente endossada pelo governo dos Estados Unidos. Tal ação ocasionou debates acerca do equilíbrio nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Segundo informações veiculadas por veículos de imprensa, a recomendação busca demonstrar que o Brasil pode adotar medidas de equivalência diplomática caso haja tratamento desfavorável a seus representantes no exterior. Esse tipo de medida não é incomum no cenário internacional, funcionando como instrumento para reafirmar a importância da soberania e do respeito mútuo entre nações.

Por que o entorno de Donald Trump e dirigentes das big techs são alvo?
A proposta foca de forma específica em duas frentes: pessoas próximas a Donald Trump que mantém forte influência em políticas de Estado e altos executivos das chamadas big techs, empresas de tecnologia de grande porte. A justificativa para essa escolha se baseia tanto em fatores políticos quanto tecnológicos. Autoridades do governo brasileiro argumentam que, ao mirarem integrantes desse grupo, há o objetivo de sinalizar a inconformidade com políticas recentes de restrição em ambiente internacional, além de mostrar que todos os atores relevantes, inclusive aqueles do setor digital, podem ser impactados por eventuais retaliações.
- Diplomacia recíproca: países frequentemente adotam medidas equivalentes em resposta a ações restritivas de outras nações.
- Representatividade: a escolha dos alvos busca atingir setores e personalidades com maior influência no contexto internacional.
- Tecnologia e política: big techs têm papel central em debates sobre privacidade, controle de dados e soberania digital.
Quais possíveis consequências dessa restrição de vistos?
A adoção de medidas restritivas pode trazer impactos diretos nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, influenciando negociações comerciais, intercâmbios acadêmicos e cooperação em segurança e tecnologia. Entre as repercussões esperadas, destacam-se desde o esfriamento do diálogo bilateral até possíveis reações em cadeia por parte de outros países aliados. Em situações semelhantes, ações desse tipo costumam provocar reavaliação de acordos em andamento.
- Sinalização de força na política externa brasileira.
- Pressão para reconsideração de sanções ou restrições anteriores.
- Risco de impactos econômicos devido à redução de interações institucionais.
O caso reacende discussões sobre o papel das medidas de reciprocidade no contexto diplomático e os limites para ações voltadas à proteção de autoridades nacionais no exterior. Observadores analisam que a questão pode funcionar como teste para o diálogo entre Brasil e Estados Unidos, influenciando não apenas o relacionamento entre governos, mas também o ambiente regulatório para multinacionais tecnológicas em ambos os países.
