O universo sertanejo foi palco de debates intensos após declarações da cantora Roberta Miranda sobre supostos obstáculos enfrentados dentro do mercado fonográfico. Nos últimos dias, a artista utilizou suas redes sociais para destacar episódios em que afirma ser alvo de boicote por parte de representantes e empresários do setor musical, trazendo à tona questões sobre bastidores do segmento e relações profissionais envolvendo nomes importantes do sertanejo.
A manifestação de Roberta Miranda ganhou repercussão especialmente após novas polêmicas envolvendo Ruth Moreira, conhecida no meio como Dona Ruth, mãe da cantora Marília Mendonça. As falas da artista trouxeram à luz conversas sobre comportamento, ética e disputas por espaços no mundo artístico, temas que frequentemente permanecem restritos aos bastidores, longe do grande público.
Como foi o desabafo de Roberta Miranda?
Na última terça-feira (8/7), Roberta Miranda fez um comentário direto em uma publicação no perfil da coluna de Fábia Oliveira/Metrópoles, no Instagram. A cantora afirmou que a “conta chegou” para Dona Ruth, mãe de Marília Mendonça, ao comentar uma suposta tentativa dela de ficar com parte do valor do seguro da aeronave que causou a morte da artista e de outras quatro pessoas.
“Vingança ou justiça é um prato que se come frio”, escreveu Roberta. “A conta chegou pra ELA e chegará para outros do universo sertanejo”, completou a cantora, que também relatou episódios de boicote que teria sofrido dentro da indústria musical.
No relato revelado pela cantora, áudios enviados por colegas e empresários indicariam resistência quanto à contratação de Roberta Miranda para apresentações de grande porte. Entre outros pontos, são citadas justificativas envolvendo valores de cachês e exigências logísticas. Por meio desses relatos, ela enfatizou as barreiras enfrentadas e a influência de agentes do mercado musical em tomadas de decisão.
“Digo isso porque tenho áudio de um COLEGA me retirando de fazer show em Campina Grande. Quem estava na reunião ficou PUTO e me mandou o áudio! Tenho áudio de 2 empresários dizendo ‘não compre a RM [Roberta Miranda] não!! O cachê [é] muito caro e ela exige jatinho!’. E por aí vai. Quem me segurou de EXPOR foi a minha empresária’”, disse Roberta.
Boicote no meio sertanejo acontece com frequência?
A palavra-chave boicote no meio musical ecoou entre fãs e profissionais da música. Muitos começaram a questionar a frequência com que situações como a descrita por Roberta Miranda acontecem longe dos holofotes. O setor sertanejo, conhecido por ser um dos mais competitivos do país, reúne artistas, empresários e produtores, todos em busca de espaço nos principais eventos, exposições e festivais regionais e nacionais.
Nesse contexto, movimentos estratégicos por parte de agentes e empresas são comuns, mas nem sempre as práticas são transparentes. O boicote citado pode ocorrer tanto pela disputa de agendas quanto por questões financeiras ou preferências pessoais, dificultando o acesso de alguns músicos a determinadas oportunidades.
- Concorrência acirrada: Grandes estrelas dividem espaço com novos talentos.
- Influxo financeiro: Disputas por melhores cachês podem gerar atritos.
- Relações profissionais: Conflitos em bastidores afetam as decisões de contratação.
Como surgiram as polêmicas envolvendo Dona Ruth?
O nome de Dona Ruth veio à tona após reportagens e áudios divulgarem detalhes das negociações acerca do seguro da aeronave que transportava Marília Mendonça e sua equipe. Segundo relatos, houve proposta de divisão diferenciada do montante entre os familiares das vítimas do acidente, o que gerou discussões entre os envolvidos.
Em uma das conversas reveladas, representantes dos outros ocupantes do voo relataram que Dona Ruth teria exigido ficar com metade do valor total do seguro ao alegar que Marília Mendonça seria a principal figura do voo. Apesar das diversas versões sobre o acordo, o episódio intensificou debates sobre ética e justiça em situações de tragédias e perdas familiares dentro do universo sertanejo.
Principais pontos da polêmica:
- Acusação de exigência de metade do seguro: O jornalista Ricardo Feltrin divulgou a informação de que Dona Ruth teria procurado a seguradora menos de 24 horas após a queda da aeronave para saber o valor do seguro, que seria de US$ 1 milhão. Ele afirma que Dona Ruth teria proposto que ficasse com 50% do valor total, sob o argumento de que todas as vítimas estavam na aeronave por conta de Marília Mendonça.
- Confirmação de acordo extrajudicial por familiares: George Freitas, pai de Henrique Bahia (produtor de Marília Mendonça e uma das vítimas do acidente), confirmou em declaração pública que houve um acordo extrajudicial em que Dona Ruth exigiu 50% do prêmio do seguro. Ele afirmou que a família aceitou o acordo por receio de que, se o caso fosse para a Justiça, o recebimento do dinheiro demoraria muito.
- Defesa de Dona Ruth: O advogado de Dona Ruth, Robson Cunha, negou as acusações de difamação, afirmando que há uma “campanha para difamar a dona Ruth com mentiras”. Ele declarou que o caso foi tratado em juízo e que todo o valor do seguro, conforme demonstrado, foi depositado na conta bancária de Léo, filho de Marília Mendonça, e lá permanece até hoje. No entanto, o advogado não negou que sua cliente tenha ficado com 50% do valor do seguro após o acidente.
- Relação com a disputa pela guarda do neto: As acusações sobre o seguro surgiram em meio à disputa judicial pela guarda de Léo, filho de Marília Mendonça, entre Dona Ruth e Murilo Huff (pai da criança). A defesa de Dona Ruth alega que as informações sobre o seguro seriam parte de uma tentativa de prejudicá-la na batalha pela guarda.
- Repercussão e outras polêmicas: A notícia gerou grande repercussão e comentários nas redes sociais, com outras pessoas, como a mãe do filho de Henrique Bahia, afirmando que essa era a “matéria que esperavam há anos”. Paralelamente, uma cover de Marília Mendonça, Lorena Alexandre, também se pronunciou, alegando ter sido processada por Dona Ruth e que esta teria tentado “acabar com sua vida e carreira”.
Os acontecimentos recentes evidenciam as dificuldades enfrentadas por artistas e famílias envolvidas em polêmicas, além de jogar luz sobre as dinâmicas internas do sertanejo. A exposição de situações de boicote e conflitos por direitos pode provocar mudanças de comportamento e influenciar futuras negociações dentro do setor.
Além disso, discussões públicas como essas contribuem para que o público compreenda melhor os bastidores do show business brasileiro. O debate sobre ética, justiça e relações de poder tende a se intensificar, refletindo-se nas escolhas de empresários, artistas e demais profissionais do mercado fonográfico.
