O avanço de sistemas meteorológicos mantém o frio presente em grande parte do Brasil, contrariando a expectativa comum de temperaturas mais elevadas após um evento de ar polar intenso. Sem a chegada dos ventos mais quentes do Norte, a frente fria permanece, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e em pontos do Centro-Oeste, marcando a semana de inverno com dias gelados e manhãs de temperaturas baixas desde o início de julho de 2025.
As correntes de ar que se deslocam do oceano para o continente trazem umidade e reforçam o resfriamento atmosférico, enquanto a ausência de mecanismos naturais que favoreçam o aquecimento impede que as máximas diárias subam significativamente nessas áreas. Assim, localidades como Porto Alegre, São Paulo e cidades serranas continuam registrando valores mínimos de temperatura próximos dos 10 °C ou até menos, especialmente nas primeiras horas do dia, e máximas moderadas à tarde.
Por que o aquecimento esperado não ocorreu nas últimas semanas?
🌡️ Frio continua no Sul do Brasil nesta semana, principalmente nas madrugadas e inícios das manhãs.
— Meteored | Tempo.com (@MeteoredBR) July 8, 2025
🥶 Temperaturas mínimas ficam próximas a 0ºC na Serra de SC e RS, com chance de geadas pontuais.
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Em condições típicas para esta época do ano, fluxos vindos da região amazônica costumam elevar os termômetros no Centro-Sul do país. Contudo, esse fenômeno não foi observado recentemente. Isso se deve à falta dos chamados ventos do norte, que são fundamentais para transportar ar quente e seco até essas regiões. Como resultado, o caminho permaneceu livre para que nova massa fria vinda do oceano se instalassem sobre o Brasil, mantendo a sensação térmica baixa em várias cidades.
Ao mesmo tempo, a atuação da frente fria seguidas potencializou o frio ao impedir que o calor se estabelecesse, favorecendo também a formação de nevoeiros em várias áreas urbanas e rurais próximas à costa atlântica. Esses fenômenos, comuns durante madrugadas e manhãs, impactam atividades, principalmente o tráfego aéreo e rodoviário, devido à redução de visibilidade.
Principais motivos para o aquecimento não ter ocorrido:
- Massas de ar frio e frente fria: O Brasil tem recebido a influência de massas de ar polar mais intensas e frequentes do que o usual para o início do inverno, especialmente no Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste. Essas massas de ar frio derrubam as temperaturas, resultando em dias frios e, em algumas áreas, geadas e até neve (no Sul).
- Menos ciclones extratropicais: A redução na formação de ciclones extratropicais sobre o Sul do Brasil diminui a frequência de chuvas nessa região, mas também impede a entrada de ar mais quente, contribuindo para a permanência do frio.
- Circulação de ventos: A circulação de ventos sobre a América do Sul tem direcionado o ar frio para o centro-sul do Brasil, não permitindo que a influência do ar polar se estenda para todo o Sudeste, por exemplo, onde as tardes tendem a ser mais amenas, mas as manhãs e noites permanecem frias.
- Amplitude térmica: Embora algumas tardes possam ter temperaturas mais agradáveis devido ao enfraquecimento da massa de ar frio em altitude, as noites e madrugadas continuam com temperaturas baixas, resultando em uma grande amplitude térmica diária.
Como a frente fria afeta as regiões do país?
Os efeitos desse cenário são percebidos de maneira variada, a depender da localização geográfica. No Sul, cidades de altitude e próximas à serra podem registrar geadas e marcas próximas a 0 °C ao amanhecer. No Sudeste, metrópoles como São Paulo têm enfrentado dias com mínimas abaixo dos 13 °C e máximas que raramente superam os 23 °C. Já no Centro-Oeste, especialmente no sul de Mato Grosso do Sul, as manhãs tendem a começar frias, embora as tardes sejam um pouco mais amenas devido ao predomínio de sol.
- Sul e Sudeste: Forte presença de nevoeiros nas primeiras horas da manhã, com temperaturas frequentemente abaixo dos 10 °C em áreas de serra.
- Centro-Oeste: Predomínio de clima seco, mas com influência residual do frio em algumas madrugadas.
- Regiões serranas: Indícios de formação de geadas devido ao ar frio persistente e ausência de bloqueio atmosférico.
Onde está concentrada a umidade e a chuva no país atualmente?

No cenário brasileiro de 2025, enquanto o Centro-Sul enfrenta tempo seco e frio, as chuvas se concentram majoritariamente no extremo Norte e no litoral leste do Nordeste. Em estados como Roraima e no norte do Amazonas, há registro de pancadas isoladas, assim como entre a Bahia e Alagoas, onde a instabilidade atmosférica permanece, permitindo precipitações ao longo do dia e, ininterruptamente, aumentando o risco de ocorrências como enchentes e deslizamentos em áreas de vulnerabilidade.
- Chuvas intermitentes no litoral nordestino persistem devido a ventos úmidos vindos do oceano.
- Áreas do interior do Centro-Oeste e Sudeste vivem períodos marcados pela baixa umidade relativa do ar, que pode cair abaixo de 20% em alguns municípios.
- Alerta especial para o Norte do país, onde rios como Negro e Solimões apresentam volumes elevados, aumentando o risco de alagamentos e afetando diretamente comunidades ribeirinhas.
Nesse contexto, é recomendável que a população permaneça atenta às informações meteorológicas e redobre os cuidados com a saúde frente à umidade baixa e à exposição a temperaturas reduzidas. Além disso, comunidades de regiões suscetíveis a eventos extremos devem seguir orientações das autoridades locais para minimizar os impactos das condições climáticas atuais.