A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da comercialização de todos os lotes do azeite extravirgem da marca Vale dos Vinhedos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (7/7), após investigações que levantaram sérias dúvidas quanto à origem do produto e a regularidade de sua distribuição no Brasil. Segundo informações oficiais, a empresa responsável pela importação, Intralogística Distribuidora Concept Ltda., apresenta pendências cadastrais junto à Receita Federal, além de inconformidades detectadas em análises laboratoriais.
Com 20 marcas de azeite já restringidas por órgãos federais apenas em 2025, a situação levanta questões sobre a segurança alimentar e o controle de qualidade nos produtos disponíveis no mercado nacional. Diante desse cenário, consumidores e comerciantes têm buscado diretrizes confiáveis para garantir a compra de azeites legítimos e de boa procedência.
Por que azeites extravirgem estão sendo proibidos pela Anvisa?

O número crescente de proibições relacionadas a marcas de azeite está diretamente vinculado à descoberta de irregularidades tanto na documentação quanto na composição dos produtos. Os órgãos fiscalizadores, como a Anvisa e o Ministério da Agricultura, atuam rigorosamente na análise de rotulagem, origem e autenticidade, investigando possíveis fraudes. Entre os problemas mais recorrentes identificados nos lotes interditados, estão informações falsas ou incompletas nos rótulos, adulterações no conteúdo e importação por empresas sem autorização legal.
Em 2025, a fiscalização intensificou-se devido à preocupação com a saúde pública e transparência nos alimentos ofertados à população. Caso exemplificado pela marca Vale dos Vinhedos, constatou-se não apenas adulteração na rotulagem, mas também irregularidades na cadeia logística, já que o CNPJ da distribuidora responsável está suspenso.
Considerando as decisões recentes (maio, junho e julho de 2025 e operações em 2024), algumas das marcas de azeites que foram alvo de proibições ou desclassificações são:
Marcas de Azeites Proibidos ou Desclassificados Recentemente:
- Grego Santorini
- La Ventosa
- Quintas D’Oliveira
- Alonso
- Escarpas das Oliveiras
- Almazara
- Serrano (da importadora INTRALOGÍSTICA DISTRIBUIDORA CONCEPT LTDA.)
- Málaga (da importadora CUNHA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.)
- Campo Ourique (da importadora JJ – COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA.)
- Santa Lucía (alguns lotes, como SL1126)
- Villa Glória (todos os lotes)
- Alcobaça (alguns lotes, como 7653D7)
- Terra de Olivos (alguns lotes, como 387F231)
- Casa do Azeite (todos os lotes)
- Terrasa (todos os lotes)
- Castelo de Viana (todos os lotes)
- San Martín (todos os lotes)
- Qualitá (um azeite da marca foi proibido em julho de 2025, junto com um molho de alho)
- Quinta de Aveiro
- Montes Verdes
- Lisbon
- Ouro de Portugal
- Fazenda Real
- Porto Valência
- Imperial Olive
- Olivas de São Miguel
- Vale D’ouro
- Olive Garden
- Sabores da Colina
- Cordilheira (extra virgem, 0,5% de acidez, por empresas de procedência desconhecida)
Como identificar um azeite extravirgem confiável?
Antes de adquirir qualquer produto, é fundamental observar alguns aspectos que podem auxiliar na escolha de um azeite de boa procedência. Veja algumas dicas essenciais:
- Verificar o envase recente: azeites de oliva têm sabor e aroma superiores quando são consumidos próximo à data de envase. Produtos envelhecidos podem perder qualidade e propriedades nutricionais.
- Desconfiar de preços baixos: valores muito abaixo do mercado podem indicar fraudes, adulterações ou origem duvidosa.
- Evitar produtos a granel: azeite vendido em galões ou recipientes sem identificação dificulta a rastreabilidade e fiscalização da qualidade.
- Pesquisar restrições oficiais: consultar fontes como a Anvisa e o Ministério da Agricultura pode evitar a aquisição de produtos já proibidos ou irregulares.
Como consultar se o azeite está regularizado?
O consumidor pode acessar ferramentas online disponibilizadas por órgãos oficiais para confirmar se uma marca está liberada e se a empresa responsável possui cadastro ativo junto aos órgãos competentes. No site do Ministério da Agricultura, o Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se distribuidoras, importadoras ou produtoras de azeite têm registro regular. A simples consulta pelo nome da empresa no campo “Estabelecimento” fornece informações sobre a situação cadastral.
Além disso, a Anvisa disponibiliza uma área exclusiva para consulta de produtos falsificados ou irregulares. Basta inserir o nome do azeite na busca e verificar se ele consta em lista de interdições recentes. Essas ferramentas são importantes aliadas para garantir escolhas seguras e evitar riscos à saúde.
Quais cuidados tomar ao comprar azeite de oliva?
Diante do aumento de marcas banidas e da vigilância cada vez mais rigorosa, a atenção na hora da compra torna-se indispensável. Tomar alguns cuidados simples pode evitar transtornos e garantir a autenticidade do produto:
- Verifique sempre o rótulo completo e certifique-se de que todas as informações estejam corretas e legíveis.
- Pesquise o histórico da marca em ferramentas oficiais de consulta.
- Priorize estabelecimentos conhecidos e evite compras em pontos de venda informais.
- Atente-se para a presença do CNPJ da empresa e informações claras sobre o importador e o produtor.
O mercado brasileiro de azeite exige cada vez mais cautela por parte do consumidor. Ao se informar e adotar hábitos de verificação, é possível reduzir o risco de consumir produtos irregulares, protegendo a saúde e valorizando empresas comprometidas com a qualidade e a legalidade.