Nas prateleiras dos supermercados, é cada vez mais comum encontrar alimentos e bebidas rotulados como “zero”. Esses produtos prometem ausência de açúcar, gordura ou calorias, atraindo consumidores preocupados com a saúde e o controle do peso. Mas será que optar por versões “zero” é realmente uma escolha mais saudável em comparação aos alimentos tradicionais?
O interesse por produtos “zero” cresceu nos últimos anos, impulsionado pela busca por alternativas que auxiliem no emagrecimento e no controle de doenças como diabetes. No entanto, é importante analisar de forma criteriosa o que esses rótulos significam e quais impactos podem trazer para o organismo a longo prazo.
O que são alimentos e bebidas “zero”?

Alimentos e bebidas “zero” são aqueles que, segundo a legislação brasileira, possuem quantidades insignificantes ou nulas de determinado componente, como açúcar, gordura ou sódio. Para serem classificados dessa forma, precisam atender a critérios específicos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por exemplo, um refrigerante “zero açúcar” pode conter adoçantes artificiais em vez de sacarose, mantendo o sabor doce sem elevar o valor calórico.
Esses produtos abrangem uma variedade de categorias, incluindo refrigerantes, iogurtes, biscoitos, chocolates e até mesmo pães. O objetivo principal é oferecer alternativas para quem precisa ou deseja reduzir o consumo de certos nutrientes, seja por questões de saúde ou estética.
Quais são os benefícios dos produtos “zero” em relação aos convencionais?
Entre os principais benefícios dos alimentos e bebidas “zero” está a redução do valor calórico, o que pode ser útil para quem busca perder peso ou manter o controle da ingestão energética. Além disso, pessoas com restrições alimentares, como diabéticos, podem se beneficiar dessas opções, já que evitam picos de glicemia causados pelo açúcar comum.
Principais benefícios dos produtos “zero”:
- Controle de Peso:
- Menos calorias (no caso de “zero açúcar” ou “zero gordura”): Ao eliminar o açúcar ou a gordura, que são fontes calóricas densas, esses produtos podem contribuir para a redução da ingestão calórica total, auxiliando no controle ou perda de peso. Um exemplo claro é o refrigerante zero, que não contém as calorias do açúcar.
- Saúde para Diabéticos:
- Zero açúcar: Para pessoas com diabetes, produtos “zero açúcar” são uma opção valiosa, pois não elevam os níveis de glicose no sangue, permitindo que desfrutem de alimentos e bebidas com sabor doce sem comprometer o controle da doença.
- Saúde Cardiovascular e Hipertensão:
- Zero sódio: A redução do sódio é crucial para pessoas com hipertensão, pois o excesso de sódio contribui para o aumento da pressão arterial. Produtos “zero sódio” podem ajudar a controlar essa condição e reduzir o risco de doenças cardiovasculares e renais.
- Zero gordura (especialmente gorduras saturadas e trans): Dietas com baixo teor de gordura, principalmente as saturadas e trans, podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL (“ruim”) e, consequentemente, o risco de doenças cardíacas.
- Saúde Bucal:
- Zero açúcar: A ausência de açúcar reduz o risco de cáries dentárias, já que o açúcar é um dos principais fatores para o seu desenvolvimento.
Pontos de atenção e considerações:
Apesar dos benefícios, é fundamental ter cautela e estar ciente de alguns pontos:
- Substituições: Muitas vezes, para compensar a ausência de um ingrediente (como o açúcar), outros são adicionados, como adoçantes artificiais. O impacto a longo prazo do consumo excessivo de alguns desses adoçantes ainda é objeto de estudo e pode incluir alterações na microbiota intestinal, potencial aumento do apetite por carboidratos e, em alguns casos, até um risco aumentado de resistência à insulina e diabetes tipo 2, dependendo do indivíduo e do tipo de adoçante.
- Sódio em excesso: Alguns produtos “zero açúcar” podem ter um teor maior de sódio para realçar o sabor, o que pode ser prejudicial para pessoas com hipertensão.
- Valor nutricional: Produtos “zero” não necessariamente são mais nutritivos. Eles podem não oferecer vitaminas, minerais ou fibras importantes presentes em alimentos integrais. É essencial que a dieta seja equilibrada e rica em alimentos naturais.
- Falsa sensação de “liberdade”: O consumo de produtos “zero” pode levar à falsa ideia de que se pode consumir em maior quantidade, o que pode anular os benefícios da redução calórica se outros alimentos forem consumidos em excesso.
- Acidez: Refrigerantes “zero”, por exemplo, podem ser tão ácidos quanto suas versões tradicionais, o que pode afetar o esmalte dos dentes.
Além disso, alimentos “zero” podem facilitar a adesão a dietas específicas, já que permitem a inclusão de sabores tradicionais sem comprometer os objetivos nutricionais.
Produtos “zero” são realmente saudáveis?
Apesar das vantagens aparentes, é fundamental avaliar os riscos associados ao consumo frequente de alimentos e bebidas “zero”. Muitos desses produtos utilizam adoçantes artificiais, como aspartame, sucralose ou acessulfame-K, para substituir o açúcar. Embora aprovados para consumo, estudos apontam que o uso excessivo desses aditivos pode estar relacionado a alterações no metabolismo, no paladar e até mesmo na microbiota intestinal.
- Compensação calórica: O consumo de produtos “zero” pode levar algumas pessoas a compensar a redução de calorias com outros alimentos, anulando o benefício.
- Excesso de aditivos: Conservantes, corantes e adoçantes podem ser consumidos em quantidades elevadas, o que não é recomendado para todas as faixas etárias.
- Falsa sensação de saúde: Acreditar que todo produto “zero” é saudável pode levar ao consumo desenfreado, sem considerar o valor nutricional real.
Além disso, alguns alimentos “zero” podem conter níveis elevados de sódio ou outros ingredientes para compensar a ausência de açúcar ou gordura, o que pode ser prejudicial, especialmente para pessoas com hipertensão ou problemas renais.
Como escolher alimentos e bebidas “zero” de forma consciente?
Para tomar decisões mais seguras, é recomendável sempre ler o rótulo nutricional e a lista de ingredientes. Optar por produtos com menor quantidade de aditivos e priorizar uma alimentação baseada em alimentos naturais continua sendo a orientação de especialistas em nutrição. O consumo de alimentos e bebidas “zero” pode ser útil em situações específicas, mas não deve substituir uma dieta equilibrada e variada.
Em resumo, alimentos e bebidas “zero” podem oferecer benefícios para determinados públicos, especialmente quando há necessidade de restrição de açúcar ou calorias. No entanto, é importante estar atento aos possíveis riscos e não considerar esses produtos como sinônimo de alimentação saudável. O equilíbrio e a informação são essenciais para escolhas alimentares mais conscientes em 2025.