O piso regional do Rio Grande do Sul para 2025 foi reajustado, trazendo novas referências salariais para diferentes categorias profissionais no estado. A medida, aprovada pela Assembleia Legislativa na última terça-feira (3/6), estabelece um aumento de 8% em relação ao valor anterior, impactando diretamente trabalhadores de diversas áreas. O reajuste supera tanto o índice nacional de preços ao consumidor quanto o aumento do salário mínimo nacional, refletindo a busca por uma valorização maior dos rendimentos regionais.
Com a aprovação do Projeto de Lei 185/2025, o novo piso regional passa a vigorar em cinco faixas salariais, cada uma destinada a setores específicos da economia gaúcha. O objetivo é garantir uma remuneração mínima diferenciada, levando em conta as particularidades de cada segmento produtivo. Essa atualização anual é acompanhada de perto por sindicatos, empregadores e trabalhadores, pois influencia negociações coletivas e a dinâmica do mercado de trabalho local.
Como ficou o piso regional do Rio Grande do Sul em 2025?
O novo piso regional do Rio Grande do Sul para 2025 foi distribuído em cinco faixas salariais, variando de R$ 1.789,04 a R$ 2.267,21. A primeira faixa contempla atividades como agricultura, pecuária, indústrias extrativas, trabalhadores domésticos, turismo, construção civil, entre outros. Já a quinta faixa, com o valor mais elevado, é destinada a trabalhadores técnicos de nível médio, abrangendo tanto cursos integrados quanto subsequentes ou concomitantes.
O reajuste de 8% foi superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, que ficou em 4,77%, e também ao aumento do salário mínimo nacional, que chegou a R$ 1.518 após um reajuste de 7,5% em janeiro. Essa diferença evidencia o esforço do estado em proporcionar melhores condições salariais para os trabalhadores locais, especialmente diante das demandas econômicas e sociais da região.
Quais categorias são beneficiadas pelo novo piso regional?
O piso regional do Rio Grande do Sul abrange uma ampla variedade de setores, organizados em cinco faixas. Cada faixa contempla grupos profissionais específicos, garantindo que diferentes segmentos tenham uma remuneração mínima adequada às suas atividades. Entre as categorias beneficiadas, destacam-se:
Faixa 1 (R$ 1.789,04)
- Trabalhadores na agricultura e pecuária
- Indústrias extrativas
- Empresas de capturação do pescado (pesqueira)
- Empregados domésticos
- Trabalhadores em turismo e hospitalidade
- Indústrias da construção civil
- Indústrias de instrumentos musicais e de brinquedos
- Estabelecimentos hípicos
- Motociclistas no transporte de documentos e pequenos volumes (motoboys)
- Empregados em garagens e estacionamentos
Faixa 2 (R$ 1.830,23)
- Indústrias do vestuário e do calçado
- Indústrias de fiação e de tecelagem
- Indústrias de artefatos de couro
- Indústrias do papel, papelão e cortiça
- Empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas
- Empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas
- Empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas
- Empregados em estabelecimentos de serviços de saúde
- Empregados em serviços de asseio, conservação e limpeza
- Empresas de telecomunicações, teleoperador (call centers), telemarketing, operadores de voip, TV a cabo e similares
- Empregados em hotéis, restaurantes, bares e similares
Faixa 3 (R$ 1.871,75)
- Indústrias do mobiliário
- Indústrias químicas e farmacêuticas
- Indústrias cinematográficas
- Indústrias da alimentação
- Comércio em geral
- Empregados de agentes autônomos do comércio
- Empregados em exibidoras e distribuidoras cinematográficas
- Movimentadores de mercadorias em geral
- Comércio armazenador
- Auxiliares de administração de armazéns gerais
Faixa 4 (R$ 1.945,67)
- Indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico
- Indústrias gráficas
- Indústrias de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana
- Indústrias de artefatos de borracha
- Empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito
- Empregados em edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares
- Indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas
- Auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino)
- Empregados em entidades culturais, recreativas, de assistência social, de orientação e formação profissional
- Empregados em escritórios de agências de navegação
- Empregados em terminais de contêineres
- Mestres e encarregados em estaleiros
- Vigilantes
- Marítimos do 1º grupo de aquaviários que trabalham nas seções de Convés, Máquinas, Câmara e Saúde, em todos os níveis.
Faixa 5 (R$ 2.267,21)
- Trabalhadores técnicos de nível médio, tanto em cursos integrados quanto subsequentes ou concomitantes.
Essa divisão permite que o piso regional atenda de forma mais justa as necessidades de cada setor, levando em consideração as especificidades das funções e o grau de qualificação exigido.
Qual a diferença entre o piso regional e o salário mínimo nacional?
O piso regional do Rio Grande do Sul se diferencia do salário mínimo nacional por estabelecer valores superiores para determinadas categorias, conforme a realidade econômica do estado. Enquanto o salário mínimo nacional serve como referência para todo o país, o piso regional busca atender particularidades locais, oferecendo uma remuneração mínima mais adequada para os trabalhadores gaúchos.
Além disso, o piso regional é definido por lei estadual e pode ser reajustado anualmente, levando em conta fatores como inflação, custo de vida e negociações entre representantes dos trabalhadores e empregadores. O salário mínimo nacional, por sua vez, é determinado pelo governo federal e serve como base para estados que não possuem piso próprio.
Quais os impactos do reajuste?
O aumento do piso regional influencia diretamente o poder de compra dos trabalhadores, podendo estimular o consumo e movimentar setores do comércio e serviços. Por outro lado, também representa um desafio para empresas de menor porte, que precisam se adaptar aos novos custos trabalhistas. O reajuste anual é acompanhado de debates entre diferentes setores, buscando equilibrar a valorização do trabalho com a sustentabilidade das atividades econômicas.
Com a atualização dos valores em 2025, o Rio Grande do Sul reforça sua política de valorização do trabalho, mantendo o piso regional como instrumento importante para a proteção dos direitos dos trabalhadores e para o desenvolvimento econômico local.
