Os bebês reborn são bonecas realistas que têm ganhado popularidade nos últimos anos, especialmente entre colecionadores e entusiastas de arte. Feitas de vinil ou silicone, essas bonecas são meticulosamente pintadas e montadas para se assemelharem a bebês reais, com detalhes que incluem veias, unhas e até mesmo cabelos implantados fio a fio. O processo de criação de um bebê reborn é considerado uma forma de arte, e muitos artistas dedicam horas para garantir que cada detalhe seja perfeito.
Apesar de serem admiradas por sua semelhança com bebês reais, os bebês reborn também geram debates e controvérsias. Recentemente, um incidente em Itajaí, Santa Catarina, trouxe à tona questões sobre o uso e a percepção dessas bonecas. Uma mulher tentou vacinar uma boneca reborn em uma Unidade Básica de Saúde, gerando perplexidade entre os profissionais de saúde e o público em geral. O caso ilustra como a linha entre a realidade e a representação pode se tornar tênue para algumas pessoas.
Como os funcionários do posto de saúde reagiram?

De acordo com informações da prefeitura, uma mulher chegou a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) acompanhada da filha de 4 anos e de uma boneca. A profissional responsável pelo atendimento inicialmente solicitou a caderneta de vacinação, presumindo que a criança seria imunizada. No entanto, a mulher esclareceu que desejava que a vacina fosse aplicada na boneca, com o objetivo de registrar o momento em vídeo e publicá-lo nas redes sociais.
A equipe técnica da UBS informou que não poderia realizar o procedimento, pois isso implicaria no uso indevido de materiais médicos adquiridos com recursos públicos, destinados exclusivamente a pessoas.
Segundo a coordenação da unidade, a mulher teria insistido, dizendo: “qual o problema? É só pegar uma seringa, abrir uma agulha e fingir que aplicou”. Após a negativa dos profissionais, ela deixou o local demonstrando irritação.
Embora o episódio tenha ocorrido em janeiro, ele só veio a público recentemente. Na ocasião, um alerta foi enviado às demais unidades de saúde para que estivessem atentas caso a mesma mulher tentasse repetir o pedido com a boneca tipo bebê reborn.
O que é um bebê reborn?
Os bebês reborn são criados a partir de kits de vinil que são pintados e montados para parecerem o mais realistas possível. Este processo, conhecido como “reborning”, envolve várias etapas, incluindo a aplicação de camadas de tinta para criar tons de pele realistas, a inserção de olhos e cabelos, e a montagem final do corpo. O resultado é uma boneca que pode ser facilmente confundida com um bebê real, especialmente em fotografias.
Essas bonecas são populares entre colecionadores, mas também são usadas em terapias para ajudar pessoas que sofreram perdas ou que lidam com a solidão. A semelhança com bebês reais pode proporcionar conforto e uma sensação de companhia para aqueles que as possuem.
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Características Principais de um Bebê Reborn:
- Realismo Excepcional: Esta é a característica mais marcante. Tudo no bebê reborn é pensado para imitar a aparência de um bebê de verdade.
- Pele Detalhada: A pele é pintada em múltiplas camadas para simular a textura, coloração, veias sutis, manchas, dobrinhas, rugas e até mesmo pequenas marcas de nascença que um bebê real teria. As tintas são especiais e fixadas com calor para garantir durabilidade.
- Cabelos e Cílios Implantados Fio a Fio: Os cabelos (muitas vezes de pelo de cabra angorá, lhama ou alpaca) e os cílios são implantados um a um, o que confere um aspecto natural e permite que o cabelo seja penteado.
- Olhos Realistas: Os olhos são feitos de acrílico ou vidro e são cuidadosamente posicionados para um brilho e expressão autênticos.
- Peso e Tamanho Semelhantes a um Bebê Real: O corpo da boneca é preenchido com materiais específicos (como areia tratada ou esferas) para que o peso seja distribuído de forma semelhante ao de um bebê de verdade, variando geralmente entre 1 kg e 3 kg, e o tamanho corresponde ao de um recém-nascido.
- Corpo e Materiais: Podem ser feitos de vinil, silicone ou uma combinação de ambos, muitas vezes com um corpo de tecido para dar mais maleabilidade. O silicone é mais flexível e tem um toque mais suave, enquanto o vinil é mais resistente.
- Detalhes Adicionais: Em alguns modelos mais avançados, podem ser incorporados mecanismos que simulam respiração, batimentos cardíacos, sons de bebê, e até mesmo cheiro de recém-nascido. Unhas, sobrancelhas e lábios também são pintados e detalhados.
- Personalização: É possível encomendar bebês reborn com características específicas, como cor dos olhos e cabelo, tom de pele e até mesmo traços que lembrem um bebê específico.
- Acessórios: Muitos vêm acompanhados de um enxoval completo, incluindo roupas, fraldas, mamadeira, chupeta e, por vezes, uma “certidão de nascimento”.
Vacinar um bebê reborn?
O incidente em Itajaí levanta questões sobre a percepção das bonecas reborn por parte de seus donos. Para alguns, essas bonecas são mais do que objetos de coleção; elas podem representar filhos substitutos ou até mesmo serem vistas como membros da família. Isso pode levar a comportamentos que, para outros, parecem incomuns, como tentar vacinar uma boneca.
Os profissionais de saúde envolvidos no caso explicaram que vacinas e equipamentos médicos são destinados exclusivamente a seres humanos. A tentativa de vacinar uma boneca não só desperdiçaria recursos, mas também poderia ser vista como uma trivialização dos serviços de saúde pública.
Como a sociedade analisa os bebês reborn?
A percepção dos bebês reborn varia amplamente. Para alguns, eles são obras de arte e itens de coleção valiosos. Para outros, podem ser ferramentas terapêuticas. No entanto, há quem veja a obsessão por essas bonecas como algo preocupante, especialmente quando ações como a tentativa de vacinação ocorrem.
Nas redes sociais, os bebês reborn frequentemente se tornam virais, gerando tanto admiração quanto críticas. Vídeos e fotos dessas bonecas atraem milhares de visualizações, mas também levantam debates sobre a saúde mental e a linha entre realidade e fantasia.
O interesse por bebês reborn não mostra sinais de diminuir. À medida que a tecnologia e as técnicas artísticas avançam, essas bonecas se tornam ainda mais realistas, atraindo novos públicos. No entanto, é importante que a sociedade continue a discutir e entender as implicações psicológicas e sociais do uso dessas bonecas.
Casos como o de Itajaí destacam a necessidade de uma compreensão mais profunda sobre por que as pessoas se apegam tanto a esses objetos e como isso pode afetar suas interações com o mundo real. Enquanto isso, os bebês reborn continuam a fascinar e intrigar, permanecendo no centro de um debate cultural em evolução.