O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, disse que a internacionalização da empresa é um passo natural depois da privatização. Segundo ele, a companhia tem potencial de se tornar protagonista no processo de transição energética mundial.
“A Eletrobras já tem investimentos, como um parque eólico no Uruguai, e outros projetos em estudos. Eu vejo como um caminho natural a Eletrobras aumentar sua internacionalização”, disse Limp em entrevista ao jornal O Globo publicada neste sábado (16). “Naturalmente, é algo que vai ter que ser construído.”
O governo Bolsonaro concluiu em 9 de junho o processo de privatização da Eletrobras. A privatização da Eletrobras deve movimentar R$ 33,7 bilhões.
“Nós entendemos que o processo da privatização como um todo está concluído, e a Eletrobras agora está numa nova fase em termos de governança, de controle acionário”, falou Limp.
Segundo ele, a Eletrobras “passa a ser uma empresa com maior capacidade de investimentos e mais competitiva” com a privatização, podendo “disputar de igual para igual com os demais players privados”.
A empresa, declarou Limp, ganhou “flexibilidade em termos de gestão de pessoas, de incentivos”.
“Na parte de gestão de recursos humanos, você ganha flexibilidade e incentiva a meritocracia. Isso naturalmente premia e é um incentivo importante para aqueles empregados do nível técnico que a Eletrobras tem.”
Questionado se a companhia entraria em leilões de termelétricas, Limp disse que a “Eletrobras vai avaliar as oportunidades de investimento”. Ele disse que a empresa tem “vocação para energia renovável”, mas que “não há qualquer óbice para que se avalie também investimentos em termelétrica, especialmente a gás natural”.
Limp afirmou ver a Eletrobras como “protagonista nesse contexto de transição energética global”, em que há “o desenvolvimento de novas fontes, novas tecnologias” e “uma maior diversificação das fontes”.
Sobre a pressão nos preços por causa da crise energética vivida mundialmente, ele falou que a “competição é o principal fator para reduzir” o custo da energia.
“A própria privatização da Eletrobras vem com esse viés, para reduzir os valores pagos pelos consumidores”, falou. “Ter a Eletrobras privada, com capacidade de investimentos, aumenta a competitividade do setor e tem maiores possibilidades de menores custos.”
Créditos: Poder 360.