O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo, especialmente no Brasil, onde é parte integrante da cultura e do cotidiano. Comemorado no Dia Mundial do Café, em 14 de abril, a bebida não só proporciona energia para começar o dia, mas também desempenha um papel significativo na saúde cerebral, conforme apontam estudos recentes.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café, com um consumo médio per capita impressionante. Diante de sua popularidade, é essencial compreender os efeitos do café no cérebro e na saúde em geral.
Como o café pode proteger o cérebro?
Pesquisas indicam que o consumo regular de café pode ter um impacto positivo na saúde cerebral. Um estudo publicado na revista Alzheimer’s & Dementia em 2021 revelou que indivíduos que consumiam menos de 200 mg de cafeína por dia tinham o dobro de chances de desenvolver comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer, em comparação com aqueles que consumiam doses mais altas.
A Dra. Viviane Felici, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a cafeína, principal componente ativo do café, atua como um estimulante do sistema nervoso central. Ela inibe a ação da adenosina, uma substância associada à sensação de cansaço, promovendo assim um estado de alerta e melhorando o humor, a memória e a capacidade de atenção.
Quais são os benefícios do café para o coração?
Além dos benefícios para o cérebro, o café também pode ser benéfico para o coração. O Prof. Dr. Álvaro Avezum, especialista em cardiologia, destaca que o consumo moderado de café está associado a uma redução significativa na mortalidade por todas as causas, incluindo doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Estudos mostram que consumir entre 0,5 a 3 xícaras de café por dia pode reduzir a mortalidade cardiovascular em até 17% e o risco de AVC em 21%. Esses dados reforçam a importância de um consumo equilibrado da bebida.

Café é adequado para todos?
Embora o café ofereça diversos benefícios, seus efeitos podem variar de pessoa para pessoa. Fatores como genética, idade e estilo de vida influenciam a tolerância individual à cafeína. Pessoas com metabolismo mais lento para a cafeína, devido a características genéticas, podem apresentar maior sensibilidade à substância.
Especialistas alertam que indivíduos com condições como ansiedade, insônia ou problemas gástricos devem ter cuidado ao consumir café, pois a cafeína pode agravar esses sintomas e interferir na eficácia de certos medicamentos.
Qual é a dose ideal de café por dia?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário de cafeína não ultrapasse 400 mg. Exceder essa quantidade pode levar a efeitos adversos, como taquicardia, arritmias e aumento da pressão arterial. Portanto, é crucial considerar o perfil clínico de cada pessoa ao recomendar o consumo de café.
Para idosos, que metabolizam a cafeína mais lentamente, é aconselhável evitar o consumo da bebida no final da tarde ou à noite para prevenir insônia e agitação. Assim, o café pode ser desfrutado de forma segura e benéfica, respeitando as necessidades individuais.