Brasileiros criam mulheres com inteligência articial e lucram com conteúdo adulto

Conteúdo adulto com inteligência artificial. Foto: Reprodução/Twitter.

Nos últimos anos, a tecnologia de inteligência artificial (IA) tem se infiltrado em diversas áreas, incluindo a indústria de conteúdo adulto. Um exemplo disso é o surgimento das chamadas “IAs do job”, modelos virtuais criados para simular cenas de nudez e sexo, que são vendidos em plataformas como OnlyFans e Privacy. Este fenômeno tem ganhado destaque, especialmente no Brasil, onde criadores como Elaine Pasdiora têm lucrado significativamente com a venda de cursos que ensinam a criar essas personagens virtuais.

O termo “IA do job” é uma gíria derivada da palavra inglesa “job”, que significa “trabalho”, mas que nas redes sociais é usada para se referir a garotas de programa. Essa tendência tem se espalhado rapidamente, com criadores utilizando plataformas como TikTok para compartilhar suas experiências e atrair novos interessados no mercado de conteúdo adulto gerado por IA.

Como as “IAs do Job” estão moldando o mercado de conteúdo adulto?

A criação dessas IAs envolve o uso de sites especializados que permitem a geração de imagens e vídeos de personagens virtuais. Esses sites oferecem ferramentas que vão desde edições simples até configurações avançadas, geralmente disponíveis em planos pagos. Criadores podem personalizar suas IAs adicionando comandos específicos e até mesmo movimento e fala, tornando o conteúdo mais interativo e atraente para os consumidores.

O público que consome esse tipo de conteúdo é variado, mas estudos indicam que a maioria são homens com mais de 40 anos, muitos dos quais residem em países como Índia, Paquistão e Estados Unidos. Além disso, essas IAs frequentemente reforçam estereótipos de beleza, predominando modelos com características europeias.

Desafios e controvérsias envolvidos

Embora o mercado de “IAs do job” esteja em expansão, ele não está isento de desafios e controvérsias. Um dos principais problemas é a questão ética relacionada à criação e uso dessas IAs. Muitos alertam para o risco de golpes e frustrações, uma vez que as expectativas financeiras nem sempre são atendidas rapidamente. Além disso, há preocupações sobre a manipulação de imagens de pessoas reais, o que pode constituir crime.

Plataformas como OnlyFans e Privacy permitem conteúdos gerados por IA, mas exigem que os criadores deixem claro que o material é feito com tecnologia. No entanto, existem relatos de tentativas de burlar esses sistemas de verificação, o que levanta questões sobre a segurança e a autenticidade do conteúdo disponibilizado.

O futuro da indústria de conteúdo adulto

Especialistas acreditam que a indústria de conteúdo adulto gerado por IA continuará a crescer nos próximos anos. Empresas do setor pornográfico estão investindo em modelos de IA para criar pornografia personalizada e interativa, aproveitando os avanços tecnológicos que tornam essas criações cada vez mais realistas.

Entretanto, é crucial que haja regulamentações claras para garantir a ética e a segurança nesse mercado. A educação dos criadores e consumidores sobre os riscos e responsabilidades associados ao uso de IAs é fundamental para evitar abusos e garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira responsável e respeitosa.

Em suma, as “IAs do job” representam uma nova fronteira na interseção entre tecnologia e entretenimento adulto, trazendo tanto oportunidades quanto desafios que precisam ser cuidadosamente considerados à medida que a indústria evolui.