Após passarem nove meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas da NASA Barry “Butch” Wilmore e Suni Williams retornaram com segurança à Terra nesta terça-feira (18/3). A equipe de retorno também contou com a presença do astronauta Nick Hague e do cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov.
A cápsula Crew Dragon, desenvolvida pela SpaceX, pousou no Golfo do México às 18h58 (horário de Brasília), marcando o fim de uma das missões mais longas e desafiadoras dos últimos tempos.
Como foi a missão dos astronautas?
Os dois astronautas da Nasa que estavam há quase nove meses no espaço, chegaram à Terra. O pouso em superfície aquática ocorreu na costa da Flórida, nos Estados Unidos. #CNNArena pic.twitter.com/pInbx1Nz1A
— CNN Brasil (@CNNBrasil) March 18, 2025
Durante a estadia prolongada na ISS, os astronautas enfrentaram diversos desafios técnicos e físicos. A extensão da missão foi uma consequência direta dos problemas enfrentados pela cápsula Starliner, da Boeing, que não estava apta para realizar o retorno conforme o planejado. Apesar disso, Wilmore e Williams desempenharam papéis cruciais na manutenção da estação e na condução de experimentos científicos essenciais para futuras missões espaciais.
Além dos desafios técnicos, a permanência prolongada no espaço trouxe implicações para a saúde dos astronautas. A ausência de gravidade afeta o corpo humano de maneiras significativas, incluindo a redistribuição de fluidos corporais, que resulta em alterações físicas como o inchaço facial e o afinamento das pernas, fenômeno conhecido como “pernas de galinha”.
🚨URGENTE: Astronautas 'presos' no espaço voltam à Terra após 9 meses. A filmagem mais linda que você verá hoje. Obrigado @NASA e @SpaceX ❤️ pic.twitter.com/xDriT2iQAG
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Como o corpo humano reage à ausência de gravidade?
Em condições de microgravidade, o corpo humano passa por transformações notáveis. A ausência de peso provoca uma redistribuição dos fluidos corporais, que se deslocam para a parte superior do corpo, causando inchaço no rosto e redução do volume das pernas. Além disso, a exposição prolongada à microgravidade pode afetar o DNA dos astronautas, uma área de estudo importante para a ciência espacial.
Ao retornarem à Terra, os astronautas precisam passar por exames médicos e um período de readaptação à gravidade terrestre. Este processo é essencial para reverter as mudanças físicas e garantir a saúde dos tripulantes após a missão.
Efeitos imediatos:
- Desorientação: O sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio, é afetado pela falta de gravidade, causando tonturas, náuseas e desorientação.
- Redistribuição de fluidos: Na Terra, a gravidade puxa os fluidos corporais para baixo. No espaço, os fluidos se redistribuem, causando inchaço na face e congestão nasal.
- Perda de massa óssea e muscular: Sem a resistência da gravidade, os músculos e ossos começam a enfraquecer e atrofiar.
- Problemas de visão: A redistribuição de fluidos pode aumentar a pressão no cérebro, afetando a visão.
Efeitos a longo prazo:
- Perda óssea: A perda de massa óssea pode levar à osteoporose, aumentando o risco de fraturas.
- Atrofia muscular: A atrofia muscular pode dificultar a realização de tarefas físicas, mesmo após o retorno à Terra.
- Problemas cardiovasculares: A falta de gravidade pode afetar o sistema cardiovascular, causando alterações na pressão arterial e frequência cardíaca.
- Sistema imunológico enfraquecido: O sistema imunológico pode ficar enfraquecido, tornando os astronautas mais suscetíveis a infecções.
Adaptação do corpo:
- O corpo humano tem uma capacidade notável de adaptação. Muitos dos efeitos da microgravidade são temporários e desaparecem após o retorno à Terra.
- Os astronautas realizam exercícios físicos regulares para minimizar a perda de massa óssea e muscular.
- A pesquisa espacial continua a investigar os efeitos da microgravidade no corpo humano, buscando formas de proteger a saúde dos astronautas em missões de longa duração.
Qual é o impacto das missões prolongadas para o futuro da exploração espacial?

As missões prolongadas, como a realizada por Wilmore e Williams, são fundamentais para o avanço da exploração espacial. Elas fornecem dados valiosos sobre os efeitos da microgravidade no corpo humano e ajudam a desenvolver tecnologias e estratégias para futuras missões de longa duração, como as planejadas para Marte.
Além disso, essas missões permitem o teste de novos equipamentos e a realização de experimentos científicos que não seriam possíveis na Terra. A experiência adquirida com essas missões é crucial para garantir o sucesso e a segurança das futuras explorações espaciais.
Em suma, o retorno dos astronautas marca não apenas o fim de uma missão desafiadora, mas também um passo significativo para o futuro da exploração espacial, com lições aprendidas que beneficiarão as próximas gerações de exploradores do espaço.