A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou um alerta nesta quarta-feira (13/3) sobre os possíveis riscos do uso da toxina botulínica, substância frequentemente empregada em tratamentos estéticos e terapêuticos, como o botox.
No comunicado, a agência reforça a necessidade de que esses procedimentos sejam conduzidos exclusivamente por profissionais habilitados e em estabelecimentos devidamente regularizados. Além disso, a Anvisa orienta os pacientes a confirmarem se o produto utilizado possui aprovação oficial e está dentro do prazo de validade.
Como a Anvisa alerta sobre a toxina botulínica?

A toxina botulínica é um composto produzido pela bactéria Clostridium botulinum, utilizado em tratamentos médicos e estéticos. Embora eficaz na redução de rugas, seu uso inadequado pode levar ao botulismo, uma condição que pode causar paralisia muscular.
Os sintomas do botulismo podem incluir dificuldades para respirar, visão embaçada e problemas para engolir. Em casos mais graves, a paralisia pode se estender a outras partes do corpo, tornando o tratamento imediato com antitoxina essencial para a recuperação.
“A toxina botulínica pode atingir regiões além do ponto de aplicação e causar sintomas graves, que podem aparecer horas ou semanas após a injeção”, alerta a Anvisa.
Como garantir a segurança ao usar toxina botulínica?
Para minimizar os riscos, a Anvisa recomenda que apenas produtos devidamente aprovados sejam utilizados. Além disso, é importante que os procedimentos sejam realizados por profissionais treinados e em locais autorizados. Os pacientes devem ser informados sobre todos os aspectos do tratamento, incluindo a marca do produto e sua validade.
Os profissionais de saúde devem também revisar o histórico de aplicações anteriores dos pacientes e assegurar que os intervalos entre os tratamentos sejam respeitados, garantindo assim a segurança e eficácia do procedimento.
1. Escolha um profissional qualificado:
- Verifique as credenciais: Certifique-se de que o profissional seja médico dermatologista, cirurgião plástico ou outro profissional de saúde com experiência comprovada em aplicações de toxina botulínica.
- Pesquise a clínica: Escolha uma clínica ou consultório médico com boa reputação, que siga as normas de higiene e segurança.
- Peça referências: Converse com amigos, familiares ou outras pessoas que já fizeram o procedimento e peça indicações de profissionais confiáveis.
2. Informe-se sobre o procedimento:
- Converse com o profissional: Tire todas as suas dúvidas sobre o procedimento, incluindo os riscos, benefícios, efeitos colaterais e cuidados pós-aplicação.
- Pesquise sobre a toxina botulínica: Busque informações em fontes confiáveis, como sites de sociedades médicas e artigos científicos.
- Entenda suas expectativas: Tenha expectativas realistas sobre os resultados do procedimento e converse com o profissional sobre o que você deseja alcançar.
3. Siga as orientações do profissional:
- Informe seu histórico médico: Informe o profissional sobre todas as suas condições de saúde, alergias e medicamentos que você utiliza.
- Siga as instruções pós-aplicação: Siga rigorosamente as orientações do profissional sobre os cuidados após a aplicação, como evitar exercícios físicos intensos, exposição ao sol e massagens na área tratada.
- Retorne para acompanhamento: Compareça às consultas de acompanhamento para que o profissional possa avaliar os resultados e fazer ajustes, se necessário.
4. Outras dicas importantes:
- Verifique a procedência do produto: Certifique-se de que a toxina botulínica utilizada seja de um fabricante confiável e esteja dentro do prazo de validade.
- Desconfie de preços muito baixos: Preços muito abaixo do mercado podem indicar produtos de baixa qualidade ou profissionais não qualificados.
- Esteja atento aos sinais de alerta: Caso observe algum efeito colateral incomum, como dificuldade para engolir, falar ou respirar, procure atendimento médico imediatamente.
O que fazer em caso de suspeita de complicações?
Se houver suspeita de efeitos adversos após o uso da toxina botulínica, é fundamental que o caso seja notificado através do sistema VigiMed da Anvisa. Mesmo que a relação com o medicamento não seja clara, a notificação ajuda a identificar novos riscos e a melhorar a segurança dos tratamentos.
Sinais de alerta:
- Dificuldade para engolir, falar ou respirar: Esses sintomas podem indicar que a toxina se espalhou para áreas indesejadas, afetando músculos importantes.
- Fraqueza muscular generalizada: Se você sentir fraqueza em áreas do corpo distantes do local da aplicação, procure ajuda médica imediatamente.
- Visão dupla ou turva: Alterações na visão podem ser um sinal de complicação.
- Pálpebras caídas (ptose): Embora a ptose possa ser um efeito colateral temporário, se for grave ou persistente, é importante procurar o médico.
- Assimetria facial: Se o seu rosto parecer muito desigual após o procedimento, procure o médico.
- Reações alérgicas: Inchaço excessivo, vermelhidão, coceira ou erupções cutâneas podem indicar uma reação alérgica.
- Dor intensa ou inchaço no local da aplicação: Embora algum desconforto seja normal, dor intensa ou inchaço excessivo podem indicar uma complicação.
- Dor de cabeça persistente: Dores de cabeça leves são comuns após o procedimento, mas dores de cabeça intensas ou persistentes devem ser avaliadas.
O que fazer:
- Entre em contato com o profissional que realizou o procedimento: Ele poderá avaliar a situação e fornecer orientações específicas.
- Procure atendimento médico: Se você estiver com dificuldade para respirar, engolir ou falar, ou se sentir fraqueza muscular generalizada, procure atendimento médico de emergência imediatamente.
- Não tente corrigir o problema sozinho: Não tente massagear, aplicar calor ou frio no local da aplicação, a menos que seja orientado pelo seu médico.
- Mantenha um registro dos seus sintomas: Anote quando os sintomas começaram, a intensidade e quaisquer outros detalhes relevantes. Isso pode ajudar o médico a fazer um diagnóstico preciso.
A Anvisa destaca que a comunicação de eventos adversos é vital para o desenvolvimento de medidas corretivas e para a atualização das informações de segurança dos produtos disponíveis no mercado.