O Banco Central do Brasil está avaliando uma nova regra que pode impactar significativamente o setor de fintechs no país. A proposta visa impedir o uso do termo “banco” e sua tradução em inglês, “bank”, no nome de empresas que não sejam, de fato, bancos. Esta movimentação regulatória abrange entidades como Nubank e Will Bank, e tem gerado debates consideráveis sobre o tema.
A posição do Banco Central é fundamentada na busca por maior transparência para o consumidor. A utilização do termo banco por entidades que não desempenham papel integral dessa natureza pode causar confusão ao público. A proposta da nova regra está aberta para consulta pública até o final de maio, permitindo que qualquer pessoa interessada compartilhe suas opiniões sobre o tema.
Como a decisão do Banco Central foi motivada?

O principal objetivo do Banco Central com essa proposta é evitar que empreendimentos que não operam como bancos tradicionais possam usar o nome banco, provocando potencial desinformação entre consumidores. Essa medida vai ao encontro de um entendimento mais rigoroso da função de instituições financeiras, uma categoria que abrange desde bancos convencionais até processadoras de cartões de crédito.
Embora fintechs como Nubank ofereçam produtos semelhantes aos bancos tradicionais, a legislação não as classifica como tais. Em um cenário regulatório, isso pode traduzir-se em diferenças operacionais significativas frente aos órgãos regulamentadores.
Como a proposta pode impactar o mercado financeiro?
Se a nova regulamentação for aprovada, veremos mudanças como a proibição de instituições financeiras utilizarem em seus nomes serviços que não oferecem legitimamente. Esta política influenciaria desde a razão social de uma empresa até sua marca e domínio na internet. Por exemplo, uma operadora de cartão de crédito não poderia incluir “empréstimo” em seu nome.
As regras são abrangentes e pretendem transformar a maneira como as fintechs se apresentam ao público. Esse ajuste visa não apenas proteger os consumidores, mas também manter a ordem no panorama financeiro nacional. As instituições afetadas teriam um prazo de 180 dias para se ajustar à nova norma.
O Nubank vai ter que mudar de nome?
Caso a nova regra seja aprovada, o Nubank e outras fintechs que utilizam o termo “bank” em seus nomes podem ser obrigados a retirá-lo. No entanto, é importante ressaltar que a regra ainda está em fase de consulta pública e pode sofrer alterações.
O Nubank informou que está acompanhando de perto o desenvolvimento da proposta do Banco Central e que respeita a legislação vigente. A empresa afirmou que irá avaliar as medidas necessárias para se adequar às novas regras, caso sejam aprovadas.
O que pode acontecer?
Se a regra for aprovada, o Nubank terá algumas opções, como:
- Mudar o nome da marca: a opção mais óbvia seria retirar o termo “bank” do nome, mantendo apenas “Nu”.
- Recategorização: outra possibilidade seria o Nubank buscar a licença bancária, o que permitiria manter o nome atual.
Quando a regra entra em vigor?
A consulta pública do Banco Central termina no dia 31 de maio. Após essa data, o BC irá analisar as sugestões e definir se a regra será aprovada. Caso seja, o Nubank e outras fintechs afetadas terão um prazo para se adequar às novas normas.
É importante frisar:
- A regra ainda não foi aprovada: a consulta pública é uma etapa importante do processo regulatório e a regra final pode ser diferente da proposta inicial.
- O Nubank pode recorrer: caso a regra seja aprovada, o Nubank pode tentar reverter a decisão na Justiça.
Como o Nubank se pronuncia sobre o caso?
Nubank, uma das principais fintechs do país, já demonstrou seu compromisso com a legislação vigente. Conforme comunicado recente, a empresa está atenta às discussões em torno da proposta e se prepara para possíveis mudanças regulatórias, assegurando que suas operações atuais continuem em conformidade com as normativas.
“O Nubank acompanha as discussões a respeito do uso de termos relacionados à palavra “banco” na marca de instituições de pagamento, financeiras e correspondentes bancários. Acreditamos que qualquer regulação nesse sentido será estabelecida após ampla discussão e preverá prazo suficiente para que todas as instituições afetadas avaliem diligentemente toda a gama de hipóteses possíveis para seu devido cumprimento.
Além disso, o Nubank reforça que respeita a legislação vigente e conta com todas as licenças necessárias para oferecer os produtos atualmente disponíveis em sua plataforma e que a eventual obtenção de uma licença bancária não acarretaria uma necessidade de aumento de capital, considerando sua estrutura de conglomerado.”
A medida proposta pelo Banco Central visa criar um ambiente financeiro mais claro e seguro para os consumidores. Se aprovada, representará uma significativa reestruturação nominal para várias fintechs. Enquanto a proposta está sob consulta pública, o diálogo entre reguladores e empresas irá definir o futuro do uso de termos relacionados a bancos no mercado financeiro brasileiro. Resta agora observar como essa discussão se desenvolverá nos próximos meses.