O caso de envenenamento ocorrido na cidade de Parnaíba, localizada no litoral do Piauí, chocou a comunidade local e levantou questões sobre segurança alimentar e relações pessoais. Tudo começou quando Maria dos Aflitos foi detida sob suspeita de envenenar sua família com baião de dois. A situação tornou-se ainda mais complexa com a revelação de seu relacionamento com a vizinha, Maria Jocilene da Silva, que foi a última vítima fatal.
Na sexta-feira (31/1), Maria dos Aflitos confessou ter matado Jocilene com café envenenado, ao mesmo tempo em que estava sendo investigada pelo envenenamento de outros membros de sua família. Este evento trouxe à tona uma série de envenenamentos que haviam começado meses antes, e que resultaram na morte de seus dois filhos, três netos e sua vizinha.
Como os envenenamentos aconteceram?
O caso veio a público no início do ano, quando nove pessoas foram vítimas de um baião de dois envenenado. O episódio fatal fez com que a Polícia Civil examinasse a possibilidade de envenenamento intencional em relação às mortes. A investigação descobriu que Maria dos Aflitos tinha a intenção de simular o suicídio de Maria Jocilene, tentando assim culpar a vizinha pelos outros crimes e libertar seu marido, Francisco de Assis Pereira da Costa.
Entre as tragédias ocorridas estão as mortes de crianças e jovens, como Maria Gabriela, com apenas 4 anos, e Manoel da Silva, de 18 anos. Todas essas fatalidades levantaram suspeitas sobre a segurança dos alimentos consumidos durante as refeições em família, além de desenredar um intrincado emaranhado de relacionamentos pessoais.
Como o crime contra a vizinha foi motivado?
Embora o relacionamento amoroso entre Maria dos Aflitos e Maria Jocilene tenha sido revelado, o delegado Abimael Silva indicou que tal relação não foi a principal motivação para os homicídios. O motivo revelado pelas investigações foi um elaborado plano de Maria dos Aflitos para culpar Jocilene e, assim, liberar seu marido, Francisco, que já havia sido preso temporariamente.
Francisco é o principal suspeito de participar do envenenamento dos enteados e das crianças. A sequência de mortes na família remonta a agosto de 2024, quando Ulisses e João Miguel Silva, irmãos jovens, faleceram após consumirem cajus de um quintal vizinho, acontecimentos que iniciaram uma suspeita posterior sobre o casal.
O que a investigação aponta?
No desenrolar dos acontecimentos, Lucélia Maria da Conceição Silva foi inicialmente suspeita e presa, uma vez que era vizinha e os cajus consumidos vieram de sua propriedade. No entanto, após a investigação do Instituto de Medicina Legal, revelou-se que não havia veneno nos cajus, resultando na liberação de Lucélia e redefinindo a investigação para focar em Francisco de Assis e Maria dos Aflitos.
O caso evidenciou falhas nos primeiros estágios das investigações, que levaram à suspensão e posteriormente à soltura injusta de um inocente. Agora, com novas informações e confissões, a polícia continua a buscar justiça pelas vidas perdidas em circunstâncias tão trágicas.
A série de crimes abalou a pequena comunidade de Parnaíba, levantando preocupações sobre a vulnerabilidade em ambientes familiares e os impactos de relacionamentos pessoais nos casos criminais. Os familiares das vítimas buscam respostas e apoio, enquanto a polícia continua a reavaliar evidências e depoimentos para garantir que os responsáveis sejam devidamente julgados.
Este caso serve como um lembrete sobre a importância de investigações diligentes e a necessidade de cuidado ao confiar em pessoas próximas. A tragédia continua a ressoar na memória dos que perderam entes queridos e na busca contínua por segurança e justiça.