A decisão da Meta de encerrar seu programa de checagem de fatos nas redes sociais nos Estados Unidos gerou preocupação e movimento por parte da Advocacia-Geral da União (AGU) do Brasil. O receio é quanto aos impactos dessa decisão no ambiente informacional do país, que pode sofrer alteração significativa na qualidade das informações veiculadas nas plataformas digitais.
Em resposta às preocupações da AGU, a Meta forneceu esclarecimentos sobre a situação na noite de segunda-feira (13/1) . No momento, tais informações estão sob análise da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD), que avaliará os efeitos dessa mudança nas redes sociais operadas pela empresa.
Como o governo brasileiro se posiciona?
A AGU manifestou preocupação de que a suspensão da checagem de fatos possa resultar em “consequências nefastas”, pedindo às gigantes de tecnologia que assumam a responsabilidade em manter um ambiente informacional íntegro. A medida fez parte de um esforço mais amplo do governo para garantir que a desinformação seja mitigada, e que as plataformas tomem medidas proativas neste sentido.
Em um documento obtido pela mídia, a AGU determinou que a Meta apresentasse esclarecimentos em um prazo de 72 horas. Este pedido visava assegurar que a empresa está ciente de suas responsabilidades e que planeja mitigar potenciais impactos negativos para os usuários brasileiros.
Como a Meta justifica suas novas diretrizes?
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, detalhou que as novas diretrizes visam fortalecer a liberdade de expressão nas redes sociais ao reduzir a moderação de conteúdos e descontinuar o programa de checagem de fatos. Este anúncio também incluiu a intenção de cooperar com o governo de Donald Trump para enfrentar intervenções externas que possam promover mais censura sobre as empresas dos Estados Unidos.
A decisão de modificar suas políticas surge em meio a um contexto global de debates sobre as responsabilidades das plataformas digitais no combate à desinformação. Enquanto a Meta busca um equilíbrio entre liberdade de expressão e moderação de conteúdo, governos e usuários se preocupam com as potenciais consequências dessas mudanças.
Qual será o próximo passo das autoridades brasileiras?
A resposta da Meta à AGU será discutida em uma reunião técnica coordenada pela própria instituição, prevista para ocorrer com a participação de representantes de vários ministérios, como o da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), além da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
O encontro buscará analisar minuciosamente a resposta da Meta e decidir sobre soluções ou medidas adicionais que possam ser necessárias para garantir que a integridade do ambiente informacional seja preservada no Brasil. A expectativa é que este diálogo seja um passo fundamental para delinear a atuação do governo na preservação da veracidade das informações digitais no país.