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O câncer de mama continua a ser uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres no Brasil, e esforços significativos estão sendo feitos para melhorar a detecção precoce da doença. Um grande avanço nessa direção foi a introdução do mapeamento genético gratuito disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo a análise dos genes BRCA1 e BRCA2. Estima-se que cerca de 10% dos casos de câncer de mama têm origem hereditária, e identificar essas predisposições pode ser crucial.
A iniciativa ganhou notoriedade após a divulgação pela atriz Angelina Jolie, que optou por uma mastectomia preventiva ao descobrir ser portadora da mutação genética BRCA1. O caso trouxe à tona a importância dos testes genéticos na prevenção do câncer de mama, levando à criação e à implementação de legislações estaduais para facilitar o acesso a esses exames através do SUS.
Quais estados oferecem o teste genético gratuito?
Desde a aprovação da “Lei Angelina Jolie” em 2015, que permitiu ao Rio de Janeiro firmar parcerias com o SUS, outras regiões começaram a adotar medidas semelhantes. Atualmente, estados como Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, e Amazonas ampliaram a cobertura para incluir o teste genético para mulheres com histórico familiar de câncer de mama. Entretanto, apenas Goiás já iniciou efetivamente os exames gratuitos, com os primeiros ocorrendo em janeiro de 2024, em parceria com a Universidade Federal de Goiás.
Fatores de risco para o câncer de mama
O desenvolvimento do câncer de mama está associado a uma variedade de fatores de risco, não se limitando apenas aos aspectos genéticos. Entre os fatores conhecidos estão:
- Idade: Mulheres acima de 50 anos têm maior risco devido a exposições acumuladas e mudanças biológicas naturais relacionadas ao envelhecimento.
- Histórico Familiar: Presença de parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama ou ovário.
- Fatores Hormonais e Reprodutivos: Incluem fatores relacionados ao uso de hormônios e ao histórico reprodutivo.
- Comportamentais e Ambientais: Estilos de vida e exposições ambientais também possuem influência significativa.
Como o SUS determina o grupo de risco?
O SUS estabelece critérios específicos para identificar e oferecer os testes genéticos a mulheres dentro de grupos de risco. Estes incluem:
- Mulheres com parente de primeiro grau diagnosticado com câncer de mama abaixo dos 50 anos.
- Histórico de câncer de mama masculino na família.
- Lesões mamárias proliferativas diagnosticadas com atipia ou neoplasia lobular in situ.
- Mulheres com parente de primeiro grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário em qualquer idade.
Avanços e desafios na implementação dos testes
A implementação desses testes enfrenta desafios, como a necessidade de infraestrutura adequada e profissionais treinados para interpretar resultados. No entanto, o avanço da genômica e os projetos em andamento mostram um potencial significativo para a expansão desse serviço, promovendo uma medicina preventiva mais eficaz e personalizando a abordagem terapêutica para cada paciente.
Os avanços no teste genético gratuito através do SUS representam um passo significativo para a saúde pública no Brasil. Continuar a desenvolver e expandir essa infraestrutura é essencial para aumentar a detecção precoce e reduzir a mortalidade por câncer de mama no país.