Inflação anual no país deve superar 100% em 2022.
Eleito em 2019, o esquerdista Alberto Fernández, presidente da Argentina, teve como destaque de campanha a promessa de que o preço da carne seria uma realidade acessível para que toda a população pudesse fazer mais churrascos, festas e comemorações. No entanto, com Fernández no poder, o país chegou ao menor consumo de carne bovina em 100 anos.
Em junho, conforme relatório relatório da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), a média de consumo de carne bovina foi de 47,8 quilos por habitante por ano. De acordo com o documento, os números são referentes ao ano de 2021, e a única vez em que a Argentina atingiu um menor índice foi em 1920, quando o consumo nacional despencou a 46,9 quilos por habitante por ano.
Uma das propagandas de Fernández e de Cristina Kirchner, vice da chapa, mostrava um homem em frente a uma churrasqueira sem funcionamento. Na peça publicitária, foram feitas alusões ao passado próspero do país, dizendo que antes de uma realidade de crise, os argentinos podiam fazer churrascos e rir com amigos e familiares.
“Temos milhares de problemas todos os dias. Mas, bom, chegava o fim de semana e alguém dizia: ‘Ei, sai um churrasco?’. A verdade é que começamos a perder essas coisas, e eu não estou falando de comida. Fazer um churrasco era algo mais, era convidar seus amigos, rir um pouco. Para que trabalhamos, afinal? O bom é que, em pouco tempo, tudo isso vai melhorar”, dizia o narrador.
As ideias, no entanto, não correspondem aos fatos. Desde que o líder esquerdista passou a governar, o preço da carne na Argentina disparou e ficou mais caro. Segundo o Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina, a costela, por exemplo, que custava 290,47 pesos em dezembro de 2019, subiu para 1.113,06 pesos no mês de setembro deste ano (alta de 283%). A alcatra, outro tipo de carne bovina, passou de 352,13 pesos para 1.275,81 pesos (reajuste de 262%).
No mês passado, Marcos Rocha, do Conexão Política, registrou que a inflação na Argentina atingiu um novo recorde em setembro. O país chegou a sua maior alta de preços dos últimos 31 anos.
Em consequência disso, o território dos ‘hermanos’ alcançou o índice inflacionário anual de 83%, e pode encerrar 2022 acima de 100%, conforme preveem analistas.
Ainda sobre o índice de setembro (6,2%), os números foram impulsionados pelo aumento de preços no setor de vestuário e calçados (10,6%), seguido de bebidas alcoólicas e fumo (9,4%) — reflexo de um aumento na cobrança monetária dos cigarros, por exemplo, — e de bens e serviço (6,8%).
Conexão Política