Foto: Magnus Nascimento
Na segunda-feira, 14 de outubro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou um esquema de venda ilegal de medicamentos controlados, organizado por um grupo que atuava em uma farmácia no Cruzeiro. A operação resultou na prisão do proprietário da drogaria, do farmacêutico responsável e do balconista, todos suspeitos de envolvimento no tráfico de substâncias controladas, como o Zolpidem.
Investigação e Prisões
A investigação teve início após a interceptação de uma carga de 450 comprimidos de Zolpidem, transportada por um motoboy da drogaria localizada no Cruzeiro para um cliente no Lago Norte. Esse incidente levou os policiais a retornarem ao estabelecimento, culminando na prisão dos indivíduos envolvidos. O Zolpidem, um medicamento usado para tratar insônia, tem efeitos sedativos potentes e é altamente viciante, sendo muitas vezes associado a atividades ilícitas conhecidas como “golpe do boa-noite, Cinderela”.
Desrespeito às Normas de Venda
Durante a investigação, descobriu-se que o grupo não respeitava os procedimentos legais para a venda de medicamentos controlados, estipulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As centenas de caixas de opiáceos vendidas clandestinamente não eram registradas no sistema da Anvisa, e não havia controle sobre a emissão de notas fiscais ou o registro dos lotes adquiridos. O delegado responsável, Erick Sallum, destacou a gravidade da situação, comparando a venda sem prescrição à prática de tráfico de drogas.
Impacto do Uso Abusivo de Zolpidem
A PCDF também identificou vítimas do esquema, incluindo uma moradora do Lago Norte que desenvolveu vício em Zolpidem e precisou de internação médica. No quarto da jovem foram encontradas aproximadamente 180 caixas do medicamento. O caso reflete a crescente preocupação com o uso exacerbado de Zolpidem no Brasil, que levou a Anvisa a revisar as regras de prescrição e venda em 2024, voltando a exigir a receita azul (B).
Repercussão e Medidas Futuras
Após a operação, a polícia recebeu informações sobre outras farmácias supostamente envolvidas em práticas semelhantes. O delegado Sallum afirmou que novas investigações serão conduzidas para identificar esses estabelecimentos e aplicar medidas legais contra aqueles que incentivam o vício por meio da venda ilegal de medicamentos controlados. O caso ressalta a necessidade de fiscalizar rigorosamente o cumprimento das regulamentações para evitar o crescimento do mercado paralelo de medicamentos com efeitos psicoativos potentes.