Nesta quarta (25/9), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, assegurar o direito de recusa a procedimentos médicos por razões religiosas. Isso impacta diretamente seguidores de religiões como as testemunhas de Jeová, que têm preceitos contra receber transfusões de sangue.
Com essa decisão, o STF também determinou que pacientes que recusam determinados procedimentos têm direito a tratamentos alternativos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo que precisem se deslocar para outras cidades. Essa decisão servirá como referência para todos os níveis da Justiça brasileira.
O que está sendo julgado pelo STF?
O julgamento do STF envolve duas ações judiciais iniciadas por membros das testemunhas de Jeová, que se recusam a aceitar transfusões de sangue. Os processos foram relatados pelos ministros Roberto Barroso e Gilmar Mendes, e buscam reafirmar o respeito à liberdade religiosa e ao direito de recusa de tratamentos médicos que vão contra a fé dos pacientes.
Quais são as condições para a recusa de tratamento?
Para que a recusa de um tratamento médico por razões religiosas seja válida, algumas condições devem ser respeitadas:
- Maioria de idade: O paciente deve ser maior de idade.
- Decisão consciente: A escolha precisa ser livre, informada e expressa.
- Antecipação: A decisão deve ser registrada antes do procedimento médico.
- Autonomia individual: Apenas o próprio paciente pode tomar essa decisão.
No caso de menores de idade, os pais podem optar por tratamentos alternativos desde que sejam comprovadamente eficazes segundo avaliação médica.
Questões pendentes no julgamento
Os ministros ainda devem decidir sobre a questão dos custos de locomoção, hospedagem e alimentação para pacientes que necessitem se deslocar para outras cidades ou estados em busca dos tratamentos alternativos oferecidos pelo SUS. Esses pontos são cruciais para garantir que os direitos religiosos sejam respeitados sem comprometer o acesso a cuidados médicos necessários.
A decisão do STF de reconhecer a recusa a procedimentos médicos por motivos religiosos é um marco importante na defesa da liberdade de crença no Brasil. A medida assegura que pessoas possam seguir suas convicções religiosas mantendo o direito a tratamentos alternativos eficazes que não conflitem com suas crenças. Além de reforçar a autonomia e a liberdade individual dos pacientes, essa decisão estabeleceu um precedente importante para futuras ações judiciais relacionadas a questões religiosas e médicas.