Integrante da equipe de campanha do presidente eleito teme que agentes da equipe de Bolsonaro instalem programas espiões para monitorar trabalho da futura gestão.
Uma das primeiras ações do futuro comando da Polícia Federal deverá ser fazer uma varredura nos computadores da instituição. A preocupação, segundo um interlocutor do presidente Lula (PT) para a área, é que agentes da PF alinhados com o bolsonarismo instalem programas espiões para monitorar o trabalho da nova equipe.
O temor se justifica diante da postura do presidente da República em relação à PF durante todo o mandato. Bolsonaro nunca escondeu de assessores que gostaria colocar aliados em postos-chave da corporação – o hoje aliado Sergio Morodeixou o cargo de ministro da Justiça acusando o presidente de tentar interferir na PF no Rio de Janeiro.
Só no cargo de diretor-geral, foram cinco nomes. Um deles, Alexandre Ramagem, teve a posse suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à extrema proximidade com a família do presidente. Em uma foto, Ramagem aparecem em uma festa de fim de ano com Carlos Bolsonaro.
Para esse assessor de Lula, a varredura pode ajudar a identificar se a PF foi usada para o que Bolsonaro chamava de “serviço de informações particular”, composto por agentes de segurança pública, não só da PF.
Lula ainda não definiu quem vai ocupar o cargo de diretor-geral, mas, entre os nomes favoritos do presidente eleito, está o de Andrei Passos, que foi chefe da equipe de segurança do petista durante a eleição.