Agora os motores 1.0 turbo e 1.3 turbo usados pela Renault são fabricados no Brasil. Enquanto o 1.0 turbo flex do Renault Kardian tem seu índice de nacionalização sendo ampliado desde o início do ano, agora é o motor 1.3 turbo flex usado por Duster e Oroch que começa a ser feito no Brasil. Quem está por trás da produção é a Horse Powertrain, uma nova empresa criada como uma join venture entre a Renault e a Geely.
A join venture entre Renault e Geely uniu as divisões de motores a combustão das duas gigantes em uma única empresa para fornecer motores para todas as marcas dos dois grupos. Isto inclui Nissan, Mitsubishi, Volvo, Lynk&Co, Dacia e Proton, além de diversas outras empresas. Exemplo disso, a brasileira Lecar já afirmou que utilizará o motor 1.0 turbo em seu modelo híbrido a ser lançado em breve.
Produção local dos motores turbo da Renault
A fábrica da Horse Powertrain no Brasil está localizada em Curitiba (PR). A iniciativa de produzir o motor 1.3 turbo localmente evita a importação dos motores prontos da fábrica de Valladolid, na Espanha. Vale lembrar que esse motor também é usado por versões dos Mercedes-Benz Classe A, GLA e CLA, demonstrando sua versatilidade e performance.
Quais são as especificações dos motores 1.0 e 1.3 turbo?
A unidade 1.0, com o codinome ‘HR10’, possui três cilindros turboalimentados e pode gerar até 125 cv e 22,4 kgfm de torque. Já o motor 1.3 turbo de quatro cilindros, conhecido como ‘HR13’, oferece uma potência maior de 170 cv e 27,5 kgfm de torque. Ambas as unidades possuem revestimento Diamond-Like Carbon (DLC) nas partes móveis do cabeçote do cilindro, anéis e pinos do pistão, inspirado na Fórmula 1, que segundo a marca, reduzem o atrito e aumentam a eficiência de combustível.
Além disso, há outros recursos visando a economia de combustível, como o tratamento de superfície com polímero redutor de atrito para os componentes do virabrequim e um sistema Start/Stop que pode desligar o motor antes mesmo do veículo parar.
Impactos da fabricação dos motores no Brasil
A nacionalização dessa produção contou com um investimento significativo de R$ 100 milhões na planta da Horse em Curitiba. A fábrica, agora ampliada, terá a capacidade de produzir 500.000 motores anualmente. Isso não só fortalece a presença industrial da Renault no Brasil, mas também contribui para a geração de empregos locais e desenvolvimento tecnológico nacional.
A nacionalização desses motores também prepara o caminho para a produção de versões eletrificadas para futuros lançamentos da Renault. Um exemplo disso é o SUV médio que começará a ser fabricado no Brasil a partir de 2025 e a picape Niagara, que será produzida na Argentina a partir de 2027. Ambos serão híbridos flex, assim como as futuras versões do Kardian.
- Motor 1.0 turbo (HR10): 125 cv, 22,4 kgfm de torque
- Motor 1.3 turbo (HR13): 170 cv, 27,5 kgfm de torque
- Tecnologia Diamond-Like Carbon (DLC)
- Sistema Start/Stop
- Capacidade anual de produção: 500.000 motores
Essa estratégia de nacionalização não só otimiza os custos de produção, mas também fortalece a cadeia de fornecedores locais e amplia a competitividade dos veículos da Renault no mercado brasileiro e sul-americano.