A professora Isabel Rodrigues, candidata a vereadora de Santo André (SP) pelo PSB, revelou em um vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (6/9) que foi vítima de assédio sexual pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Segundo Isabel, o episódio ocorreu durante um almoço em 2019, quando Almeida teria colocado a mão em suas partes íntimas.
Os detalhes do episódio foram compartilhados por Isabel, que afirmou ter sofrido a agressão em um restaurante na Praça da República, em São Paulo, após um curso ministrado pelo então advogado Silvio Almeida. A denúncia feita ao Me Too Brasil foi confirmada por outras mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que também relatou episódios de assédio envolvendo Almeida.
Vídeo: Reprodução/Metrópoles
No desabafo de Isabel Rodrigues, ela detalha o desconforto e a vergonha que sentiu durante o almoço onde o episódio ocorreu. “Eu sentei do lado do Silvio. Ele estava do lado direito, eu do lado esquerdo. Eu estava de saia. Ele levantou a saia e colocou a mão nas minhas partes íntimas, com vontade”, relata a professora.
Além disso, Isabel contou que, após o incidente, tentou confrontar Almeida por telefone, mas ele negou qualquer má conduta, sugerindo que ela estaria “louca” e afirmando que nada semelhante havia ocorrido nos encontros anteriores.
Quem são as outras vítimas?
Os relatos de outras mulheres também corroboram as denúncias feitas por Rodrigues. A coluna apurou que Almeida teria tocado em partes íntimas de outras mulheres, beijado inapropriadamente ao cumprimento e proferido expressões chulas com teor sexual. A ministra Anielle Franco também foi mencionada como uma das vítimas, porém optou por não comentar os relatos.
Silvio Almeida e a resposta do governo
Após a publicação das denúncias, o ministro Silvio Almeida não respondeu às solicitações de comentário da imprensa. A situação levou o presidente Lula a se manifestar publicamente, sugerindo que Almeida deveria pedir demissão para não comprometer a política de direitos humanos de seu governo. “Acho que não é possível a continuidade [do ministro] no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso com alguém que seja acusado de assédio”, declarou Lula.