O futebol brasileiro viveu um ano repleto de contrastes em 2023. De um lado, os clubes da Série A do Brasileirão desfrutaram do maior faturamento já registrado, alimentado por vultosos acordos de patrocínio, direitos de transmissão e um significativo aumento nas receitas de bilheteria. Do outro, o aspecto financeiro das organizações pintou um quadro preocupante.
O relatório da Consultoria Convocados, em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield, revelou que as dívidas dos 20 principais clubes do país atingiram a marca recorde de R$ 11,7 bilhões. Esse crescimento no endividamento sublinha a complexidade dos desafios econômicos e administrativos que os clubes enfrentam.
Clubes Mais Endividados do Brasil
O relatório destaca os números alarmantes do endividamento dos clubes brasileiros. Mas, afinal, quais são os clubes mais endividados do país e quanto cada um devia em 31 de dezembro de 2023?
Os maiores devedores ao final de 2023 foram:
- Corinthians: R$ 1,894 bilhão
- Botafogo: R$ 1,301 bilhão
- Atlético-MG: R$ 998 milhões
- São Paulo: R$ 856 milhões
- Cruzeiro: R$ 811 milhões
- Fluminense: R$ 736 milhões
- RB Bragantino: R$ 696 milhões
- Vasco: R$ 696 milhões
- Internacional: R$ 650 milhões
- Santos: R$ 548 milhões
- Athletico-PR: R$ 492 milhões
- Palmeiras: R$ 466 milhões
- Grêmio: R$ 441 milhões
- Flamengo: R$ 391 milhões
- Bahia: R$ 366 milhões
Como é Calculada a Dívida dos Clubes?
O cálculo da dívida dos clubes não segue uma fórmula única, resultando em divergências nos valores publicados por diferentes fontes. O Relatório Convocados utiliza a seguinte metodologia para calcular o endividamento:
- Empréstimos e Financiamentos: Valores devidos a instituições financeiras.
- Fornecedores: Dívidas com fornecedores de produtos e serviços.
- Valores a Pagar a Clubes e Agentes: Quantias devidas a outros clubes e agentes de jogadores.
- Impostos Parcelados: Impostos em atraso e parcelados.
- Salários, Direitos de Imagem, Encargos Sociais, Impostos e Contribuições: Obrigações trabalhistas e fiscais.
- Adiantamentos: Valores recebidos antecipadamente e ainda não compensados.
- Disponibilidades: Valores disponíveis em caixa e equivalentes que são subtraídos do total de dívidas.
O Contexto Econômico dos Clubes Brasileiros
A escalada das dívidas ocorre em um momento em que os clubes também reportam recordes de faturamento. O desafio está em equilibrar receitas crescentes com uma gestão financeira sustentável. O endividamento elevado, se não for bem gerido, pode comprometer a saúde financeira e a competitividade dos clubes no longo prazo.
Quais as Consequências da Má Gestão Financeira?
A má gestão financeira pode gerar diversas consequências negativas. Entre elas, destacamos:
- Crises Financeiras: Clubes podem enfrentar dificuldades para honrar compromissos e salários.
- Perda de Talentos: Jogadores podem optar por sair em busca de clubes mais estáveis.
- Sancões Legais: Dívidas tributárias podem resultar em penhoras e outras penalidades jurídicas.
- Impacto na Competitividade: Dívidas excessivas podem limitar os investimentos em infraestrutura e elenco.
A situação financeira dos clubes brasileiros é complexa e preocupante. Embora o aumento das receitas seja uma boa notícia, a gestão eficiente das dívidas é essencial para garantir a sustentabilidade do futebol no país. O relatório destaca a necessidade de estratégias sólidas de controle financeiro e um planejamento de longo prazo para que os clubes possam prosperar tanto dentro quanto fora de campo.