Rebeca Andrade, a maior medalhista da história do Brasil, nasceu em 8 de maio de 1999. Ela é um exemplo de como a data de nascimento pode impactar a carreira de um atleta.
Para se destacar nas Olimpíadas, um atleta precisa de vários fatores: bom condicionamento físico, muito treino, resiliência, foco e, curiosamente, ter nascido na ‘época certa’ do ano. A data de nascimento de um atleta pode influenciar suas chances de sucesso esportivo.
Pesquisadores analisaram diversos esportes como o futebol na Inglaterra, o hóquei no gelo no Canadá e os competidores da Olimpíada de Pequim, em 2008, para entender o impacto das datas de nascimento nos resultados dos atletas. As descobertas mostram um padrão interessante relacionado ao período do ano em que esses atletas nasceram.
Efeito da Idade Relativa no Futebol e Hóquei
O “Efeito da Idade Relativa” é observado quando atletas nascidos logo após a data limite para uma competição por faixa etária têm uma vantagem. No futebol inglês, as crianças são agrupadas por ano de nascimento, com a faixa etária começando em 1º de setembro. Assim, crianças nascidas em setembro têm quase um ano a mais de desenvolvimento em comparação com aquelas nascidas em agosto.
Como o Efeito da Idade Relativa Afeta os Desempenhos?
No caso do futebol, por exemplo, as crianças nascidas nos primeiros meses do ano letivo costumam receber mais atenção dos treinadores por serem fisicamente mais desenvolvidas e coordenação motora mais avançada. Isso não é diferente no hóquei no gelo no Canadá, onde a data limite é 1º de janeiro, favorecendo atletas nascidos nos primeiros meses do ano.
Qual o Impacto nos Esportes Olímpicos?
Nos esportes olímpicos, o “Efeito da Idade Relativa” também é evidente. Pesquisadores que analisaram os Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim encontraram que havia mais competidores nascidos no primeiro trimestre do ano em comparação com outros períodos. Em modalidades como boxe e judô, onde há divisão por peso, essa vantagem também se traduz em melhores desempenhos.
Exemplos de Medalhistas Brasileiros
Observando os atletas brasileiros medalhistas em modalidades individuais, vemos que muitos seguem a tendência do mês de nascimento. Entre eles estão:
- Caio Bonfim – prata na marcha atlética – 19 de março de 1991;
- Larissa Pimenta – bronze no judô – 1º de março de 1999;
- Willian Lima – prata no judô – 31 de janeiro de 2000;
- Rayssa Leal – bronze no skate street – 4 de janeiro de 2008.
Além disso, atletas como Rebeca Andrade (8 de maio de 1999), Beatriz Souza (20 de maio de 1998) e Tatiana Weston-Webb (9 de maio de 1996) também alcançaram grande sucesso, confirmando a tendência do mês de nascimento observada nos estudos.
Exceções à Regra
Claro, há exceções. Atletas como Bia Ferreira (9 de dezembro de 1992) e Gabriel Medina (22 de dezembro de 1993) provaram que, apesar de não terem nascido nos períodos mais favorecidos, ainda é possível alcançar o sucesso esportivo com muito trabalho e dedicação.
Entender o “Efeito da Idade Relativa” pode ajudar treinadores e pais a refinar seus critérios de seleção e gestão do talento esportivo, garantindo que talentos não sejam erroneamente preteridos por uma questão de poucos meses de nascimento.
Com isso, fica claro que a data de nascimento pode sim influenciar o desempenho esportivo, embora esforço pessoal e condições de treinamento continuem sendo fatores determinantes para o sucesso.