O governo brasileiro está revisando os dados de 2,3 milhões de pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), com um foco específico naquelas que estão fora do Cadastro Único, com registros desatualizados ou com renda inadequada. Essa ação faz parte de um pente-fino que visa verificar a situação cadastral dos beneficiários e potencialmente cortar 670.413 mil benefícios em 2025.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a expectativa é que 55.868 benefícios sejam cessados por mês, resultando em uma economia anual de R$ 6,5 bilhões. Mesmo com essas medidas, a pressão de novas concessões continua, e a despesa do programa deve aumentar 5,8% em 2025 em comparação com este ano.
Pente-fino no BPC: Resultados Esperados
A revisão do BPC inclui a verificação dos dados de milhões de beneficiários, especialmente aqueles que não estão no Cadastro Único ou cujos registros estão desatualizados há mais de 24 meses. A avaliação também foca na renda per capita familiar e faz uma verificação bienal da avaliação biopsicossocial.
De acordo com o relatório técnico do MDS, espera-se que a maior parte dos cortes, cerca de 30.983 benefícios, seja direcionada a pessoas com deficiência, enquanto 24.885 serão de idosos. Este volume não inclui cessação de benefícios por motivos como falecimento.
Como Será Feito o Pente-fino no BPC?
O processo de revisão dos benefícios do BPC envolve várias etapas e a colaboração de diferentes órgãos, incluindo o INSS para a análise e realização de perícias. O objetivo principal é identificar e cortar benefícios irregulares, melhorando assim a focalização do programa.
No entanto, o MDS alerta que, devido à complexidade e à falta de registros históricos robustos, pode haver necessidade de ajustes futuros para que se obtenham melhores resultados. Esta é uma ação exploratória que busca reduzir fraudes e garantir que os recursos sejam direcionados corretamente.
A Pressão nos Gastos do BPC Vai Continuar Subindo?
Mesmo com o pente-fino, o MDS observa que essas ações não afetarão a quantidade de novas concessões mensais. Em 2024, houve um aumento significativo no número de requerimentos novos e benefícios concedidos, parcialmente devido à ação de zerar as filas de espera dos benefícios previdenciários.
Essas novas concessões pressionam a projeção de gastos para este ano e para os próximos. Para 2024, o MDS já previu a necessidade de suplementar o orçamento do BPC em R$ 6,4 bilhões, totalizando R$ 106,6 bilhões. As projeções para o período de 2024 a 2028 indicam um aumento contínuo nas despesas, chegando a R$ 140,8 bilhões em 2028.
Projeções Futuras para o BPC
As despesas com o BPC devem continuar subindo nos próximos anos. As estimativas do MDS apontam que, em 2025, o gasto será de R$ 112,8 bilhões, uma alta de 5,8% em relação a 2024. Em 2026, esse valor deve subir para R$ 118,5 bilhões; em 2027, para R$ 128,4 bilhões; e, em 2028, o gasto deve atingir R$ 140,8 bilhões.
Este aumento nas despesas reflete a constante concessão de novos benefícios, que aumentam a pressão orçamentária e exigem ajustes contínuos nas políticas sociais para garantir a sustentabilidade do programa. É um desafio complexo que o governo terá de enfrentar nos próximos anos.
Resumo das Ações do Pente-fino no BPC:
- Verificação de dados de 2,3 milhões de beneficiários.
- Foco em registros desatualizados e pessoas fora do Cadastro Único.
- A avaliação da renda per capita familiar e verificação bienal da avaliação biopsicossocial.
- Expectativa de cessação de 55.868 benefícios por mês.
- Economia projetada de R$ 6,5 bilhões em 2025.
Projeções de Gastos com o BPC:
- 2024: R$ 106,6 bilhões
- 2025: R$ 112,8 bilhões
- 2026: R$ 118,5 bilhões
- 2027: R$ 128,4 bilhões
- 2028: R$ 140,8 bilhões
A implementação desse pente-fino é um passo crucial para garantir a focalização e a sustentabilidade do Benefício de Prestação Continuada, garantindo que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente e atingindo realmente quem precisa.