Em crítica ao adversário, o candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL) sugere que ex-presidente, caso seja eleito, aumentaria impostos para “inchar a máquina pública”
Foto: Gabriel Ferreira Borges/O TEMPO
O candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto (PL) afirmou, nesta quarta-feira (19), que até o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (União Brasil), que declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avaliou que, caso Lula seja eleito, a economia seria incerta. Em agenda de campanha em Belo Horizonte, Braga Netto recebeu mandatários de entidades patronais de várias atividades econômicas do setor produtivo.
A análise de Meirelles, feita para a consultoria de risco Eurasia, foi divulgada nessa terça (18) pelo Poder360. “Nós vimos três governos Lula diferentes. O primeiro com responsabilidade fiscal. O segundo com algum alívio no lado fiscal e mais aberto às exigências políticas. O terceiro, não sendo presidente, mas com o apoio vindo de Lula, terminou em recessão. A questão principal agora é qual Lula terá lugar se ele de fato vencer”, ponderou.
De acordo com o candidato, qualquer Estado que tenha o que considera uma “tendência socialista” tende a inchar a máquina pública. “Qual foi a primeira coisa que o presidente da Colômbia (Gustavo Petro) fez? Não foi tirar militar, foi aumentar os impostos, porque precisa inchar a máquina pública”, afirmou. Petro encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de reforma tributária. A matéria aumentaria impostos para pessoas com renda mensal superior a 10 milhões de pesos (R$ 10.910), assim como criaria um tributo permanente sobre o patrimônio.
Para Braga Netto, Lula, se eleito for, voltaria a estatizar as empresas. “Por exemplo, a questão do Marco Legal do Saneamento, que nós passamos o saneamento praticamente para os privados. Em dez ou 11 meses, a lei aumentou em 1000% os investimentos privados. Se você retroagir isso, é prejuízo para o país como um todo. Vai ser imposto para manter a máquina”, projetou o candidato a vice.
Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois mandatos de Lula. Inclusive, ele é um dos nomes especulados para assumir o Ministério da Fazenda em eventual novo mandato do ex-presidente. Meirelles já ocupou a pasta durante o governo Michel Temer (MDB), quando, aliás, foi o autor do teto de gastos. O ex-presidente do Banco Central chegou a coordenar o programa econômico da pré-candidatura do ex-governador de São Paulo João Doria à presidência.