Foto: Reprodução/MBL
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o Movimento Brasil Livre (MBL) por uma possível difamação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A polêmica começou após uma publicação do MBL em suas redes sociais.
O pedido de abertura dessa investigação foi feito pelo ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, em agosto de 2023. Em um parecer preliminar emitido no mesmo mês, o delegado Rafael Grummt identificou um possível crime de difamação. Atualmente, Dino atua como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Ricardo Lewandowski é o titular da pasta da Justiça.
Publicação Polêmica do MBL e a Reação da Polícia Federal
No mês de julho de 2023, o Conselho Nacional de Saúde aprovou uma resolução com orientações ao Ministério da Saúde para a formulação do Plano Plurianual e do Plano Nacional de Saúde. De acordo com o documento, foram recomendadas a legalização do aborto, da maconha e a redução para 14 anos o início da terapia hormonal em pessoas trans. O MBL utilizou dessas sugestões para alegar, em uma postagem, que Lula aprovava essas ideias.
“Lula aprova aborto e mudança de sexo”, afirmou a organização em uma publicação no Twitter/X. Contudo, a resolução 715 apenas oferecia sugestões e não imposições para a formulação dos planos governamentais.
O que Diz o Movimento Brasil Livre Sobre o Inquérito?
Em resposta, o MBL alega que a ação da Polícia Federal se trata de “censura e intimidação” por parte do governo federal. Segundo a organização, o único intuito é perseguir adversários políticos. Em nota, o MBL declarou que sua publicação no Twitter/X não contém nada de errado e que o governo Lula apoia, sim, o aborto e a mudança de sexo.
Renan Santos, coordenador nacional do MBL, foi intimado pela PF em abril de 2024 para prestar esclarecimentos. Devido a dificuldades em localizá-lo, uma nova intimação foi enviada para setembro.
Acontecimentos e Declarações de Figura Pública
Kim Kataguri, deputado federal do União Brasil-SP e uma das lideranças do MBL, se pronunciou em suas redes sociais declarando que “falar que o governo Lula é a favor do aborto e da mudança de sexo é um crime contra a honra do próprio presidente”. Ele questionou a veracidade dessas questões e acusou o governo de perseguição política.
- Kim Kataguri: “Isso é pura perseguição para tentar nos intimidar, mas não se enganem: não vamos retroceder!”
- Guilherme Tassolle, pré-candidato a vereador de Guarulhos-SP, também se manifestou: “Lula está descaradamente utilizando a PF como instrumento de perseguição e censura aos seus adversários políticos.”
Próximos Passos na Investigação
O MBL continua se defendendo das acusações, reafirmando que suas declarações refletem a realidade e criticando o que considera uma utilização política da Polícia Federal para silenciar opositores. A investigação segue seu curso, e resta aguardar os próximos passos para entender as possíveis implicações para ambos os lados neste embate político.
Até o momento, a postura do MBL é de resistência e determinação em continuar com suas manifestações e críticas ao governo atual. O desenrolar desse caso pode ter importantes repercussões políticas e judiciais no cenário nacional.