A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira, 23 de janeiro de 2024, que a substância fosfoetanolamina, chamada popularmente de Pílula do Câncer, não tem eficácia comprovada para o tratamento da doença e não possui registro ou autorização para ser utilizada como medicação. A entidade destaca a falta de pesquisas clínicas que sustentem a eficácia do produto para tratar e curar pacientes diagnosticados com câncer, alertando que o consumo de produtos não registrados pode ser extremamente arriscado.
“Esses produtos podem interferir negativamente nos tratamentos convencionais, além de apresentar riscos de contaminação,” alertou a agência. “É crucial que os pacientes não abandonem tratamentos médicos estabelecidos para utilizarem terapias não autorizadas e de eficácia desconhecida, como é o caso da fosfoetanolamina,” completa a entidade.
Substância Fosfoetanolamina: Polêmica e Desinformação
Há cerca de 10 anos, a fosfoetanolamina era tratada por muitas pessoas e autoridades públicas como uma possível solução eficaz para o tratamento e cura do câncer. Na época, ao mesmo tempo em que deputados e senadores avançavam com projetos no Congresso autorizando o uso da substância em pacientes com tumores malignos, a Anvisa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e especialistas alertavam para a necessidade de mais estudos sobre o tema.
A polêmica se estendeu também à internet, onde a eficácia da Pílula do Câncer passou a ser amplamente difundida e aceita por muitos usuários nas redes sociais. Na nota publicada nesta terça, a Anvisa alertou para o perigo da divulgação de informações falsas nas plataformas digitais.
Quais são os riscos da ‘fosfoetanolamina ‘pílula do câncer’ para a saúde?
De acordo com a Anvisa, a propaganda enganosa que sugere que a fosfoetanolamina combate o câncer ou outras doenças, atribuindo-lhe propriedades funcionais ou de saúde, é irregular e enganosa. A agência enfatiza que, para que a fosfoetanolamina possa ser comercializada no Brasil, é necessário que seus produtores apresentem o pedido de registro com testes que comprovem a qualidade, segurança e eficácia.
“A ciência médica é fundamentada em dados e evidências rigorosas, e os critérios para a aprovação de novos tratamentos são estabelecidos para proteger a saúde dos pacientes,” reforça a agência.
A Fosfoetanolamina Pode Ser Usada Como Suplemento Alimentar?
Além da questão do tratamento do câncer, a Anvisa também deixou claro que a fosfoetanolamina não tem autorização para ser usada como suplemento alimentar. Produtos que contêm a substância em sua fórmula não podem ser vendidos como terapêuticos ou medicinais.
“Esta medida visa evitar que os consumidores sejam enganados por produtos que prometem curas sem provas científicas,” afirmou a Agência de Vigilância Sanitária em nota.
- Atenção aos rótulos: Verifique se os produtos têm aprovação da Anvisa antes de consumir.
- Consulta médica: Sempre converse com seu médico antes de iniciar qualquer novo tratamento ou suplemento.
- Informação confiável: Busque fontes seguras e confiáveis para se informar sobre tratamentos de saúde.