A eleição deste domingo (2) transformou o Congresso Nacional no mais conservador da história do período democrático do país, considerando o resultado obtido nos principais colégios eleitorais. Os partidos de direita, com predomínio das legendas do Centrão, conquistaram a maioria das cadeiras da Câmara e do Senado em disputa.
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, elegeu as maiores bancadas para a Câmara em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o partido de Bolsonaro ficou com 17 cadeiras na Câmara, enquanto a federação PT /PCdoB /PV, que apoia o petista Luiz Inácio Lula da Silva, conquistou 11 vagas. No total, São Paulo tem 70 deputados federais.
Guilherme Boulos (PSOL) foi o campeão em São Paulo para a eleição de deputado federal, com 986.954 votos. A deputada Carla Zambelli (PL) foi reeleita e ocupou a segunda posição, com 935. 290 votos. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL), também reeleito, chegou em terceiro lugar com 731.574 votos.
O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles também conquistou uma vaga, sendo o quarto mais votado entre os paulistas, com 638.427 votos. Mas candidatos de direita que romperam com Bolsonaro tiveram dificuldades. Joice Hasselmann (PSDB-SP), a mulher mais votada em 2018 para deputada federal, teve apenas 13.413 votos e perdeu o cargo.
O PL de Bolsonaro se tornou o principal partido do Centrão e campeão de cadeiras na eleição para deputado federal no Rio, com 11 das 46 vagas em disputa. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) foi o segundo mais bem votado no estado, com 204.889 votos.
Em Minas, o vereador Nikolas Ferreira (PL) teve 1,5 milhão de votos, sendo o deputado federal mais votado do país, com 93,54% das urnas apuradas no estado.
Na prática, a vitória de políticos do Republicanos, do PP e do União Brasil fortalece a bancada da direita no Congresso. O PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o União Brasil, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE), negociam a formação de um único partido.
A configuração que sai das urnas aumenta a chance de o grupo ficar com os cargos mais estratégicos da Câmara a partir de 2023, incluindo a presidência da Casa, ampliando o domínio sobre a elaboração do Orçamento e a votação dos projetos de lei.
A eleição para o Senado também foi marcada pela vitória de aliados de Bolsonaro e políticos que colaram seus nomes à figura do presidente. Os partidos de direita emplacaram 19 nomes.
Os ex-ministros Sérgio Moro (União Brasil-PR), Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Pontes (PL), Tereza Cristina (PP) e Rogério Marinho (PL-RN) foram eleitos senadores. O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também conquistou uma vaga no Senado e Magno Malta (PL-ES) volta à Casa.
Créditos: PlenoNews.