Hoje (14/6), o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que está disposto a negociar o fim da guerra na Ucrânia e um acordo de paz, sob a condição de que Kiev retire suas tropas das quatro regiões do país anexadas por Moscou e renuncie à possibilidade de integração à Otan. Esses termos são semelhantes aos mencionados em momentos anteriores do conflito, quando houve tentativas de mediação e solução diplomática. No entanto, as autoridades ucranianas continuam se recusando a aceitar a redução das armas ou a abrir mão de parte de seu território. A reação inicial de Kiev permanece inalterada.
Putin apresenta exigências para fim da guerra e diz que existência da Ucrânia depende de diálogo com a Rússia.
— Metrópoles (@Metropoles) June 14, 2024
Líder russo exige que Kiev reconheça todos os estados ocupados como parte da Rússia, que a Ucrânia abra mão de entrar para a Otan e fim de sanções ocidentais.
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Tradução: @SamPancher
Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, criticou a posição russa, afirmando que não há novas “propostas de paz” da Rússia. Ele considera o conteúdo das declarações de Putin altamente ofensivo ao direito internacional e uma demonstração da incapacidade da liderança russa de avaliar adequadamente a realidade. Para ele, as propostas russas são uma farsa completa.
O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, também se manifestou contra as condições estabelecidas por Putin, chamando-as de uma proposta para “mais agressão, mais ocupação”. Stoltenberg afirmou que essa não é uma proposta feita de boa fé, mas sim uma estratégia para que a Rússia alcance seus objetivos de guerra, esperando que os ucranianos desistam de muito mais território do que o já ocupado pela Rússia.
Enquanto Putin faz essas declarações sobre um possível acordo de paz, Kiev recebe apoio de seus aliados ocidentais. Isso inclui um plano de apoio continuado dos EUA com um prazo de 10 anos e um pacote de ajuda de US$ 50 bilhões (R$ 270 bilhões), financiado com juros provenientes de ativos russos congelados no exterior.
Além disso, Putin criticou o plano de financiamento anunciado durante a cúpula do G7, chamando-o de “roubo”. O ministro russo das Finanças, Anton Siluanov, ameaçou responder com “medidas simétricas”. Enquanto isso, o acordo bilateral entre EUA e Ucrânia, assinado à margem do G7, também está sob escrutínio russo. Embora autoridades americanas e ucranianas tenham celebrado a parceria, há desconfiança sobre sua manutenção, dependendo do resultado das eleições americanas deste ano. O acordo envolve treinamento militar, fornecimento de armas e cooperação na indústria de defesa, semelhante à parceria com Israel.