Nesta quinta-feira (6), a Meta, empresa controladora das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, foi alvo de denúncias em 11 países europeus. A organização austríaca Noyb (Centro Europeu para Direitos Digitais) alega que a Meta está envolvida em um suposto projeto de utilização “ilegal” de dados pessoais de usuários em um programa de inteligência artificial.
A Noyb pede às autoridades que intervenham “com urgência” para impedir a implementação da nova política de confidencialidade, prevista para 26 de junho. Embora alguns dados públicos já sejam usados para treinar modelos de inteligência artificial generativa, a Meta planeja ir além. Segundo a Noyb, a empresa pretende aplicar diretamente o conjunto de dados coletados desde 2007 de seus bilhões de usuários em uma tecnologia experimental de IA, sem limites claros.
O fundador da Noyb, Max Schrems, denuncia que a Meta afirma poder usar dados de qualquer fonte para qualquer finalidade e disponibilizá-los globalmente. No entanto, essa abordagem ocorre sem o consentimento explícito dos usuários, o que vai contra as exigências do regulamento europeu de proteção de dados.
A situação levanta preocupações sobre o uso desses dados para desenvolver desde simples robôs conversacionais até publicidades personalizadas agressivas ou até mesmo drones assassinos. Além disso, uma vez dentro do sistema, os usuários parecem não ter a possibilidade de excluir os dados que os afetam.
Após as denúncias em países como França, Bélgica e Alemanha, a Noyb anuncia que tomará medidas em outros estados da União Europeia nos próximos dias. O nome da organização, “Noyb” (abreviação de “None of your business”, que significa “Não é da sua conta”), já apresentou várias denúncias contra gigantes da internet. No caso da Meta, essas denúncias resultaram em multas administrativas de mais de 1,5 bilhão de euros (R$ 8,5 bilhões).