A economia argentina acumula um crescimento de 6,4% nos primeiros sete meses de 2022
O Produto Interno Bruto (PIB) argentino crescerá 2% em 2023, com um déficit fiscal de 1,9% e uma inflação anual de 60%, de acordo com o projeto de lei orçamentária anunciado nesta quarta-feira, 28, pelo ministro da Economia, Sergio Massa, em um cenário em que também houve aumento da pobreza.
“Temos que melhorar a qualidade de vida das pessoas. Temos que criar um processo de desenvolvimento com inclusão social”, disso o chefe da pasta ao discursar no plenário da Câmara dos Deputados.
A economia argentina acumula um crescimento de 6,4% nos primeiros sete meses de 2022 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o país fechará o período anual com uma expansão de 4%.
A inflação teve um aumento de 56,4% entre janeiro e agosto e se estima que ultrapasse 90% no ano, segundo levantamentos do Banco Central.
A reativação do crescimento iniciada em 2021 após a pandemia, com um aumento de 10,3% do PIB, diminuiu o desemprego de 9,6% para 6,9% na medição interanual do segundo trimestre.
Massa afirmou que o orçamento apresentado “é realista”, após a oposição impedir no voto a aprovação do projeto de lei orçamentária para 2022.
Sem uma lei orçamentária, o governo do presidente Alberto Fernández estendeu por decreto as alocações de receitas e despesas de acordo com a norma aprovada para 2021.
O déficit fiscal comprometido pelo governo para este ano perante o FMI é de 2,5% do PIB, objetivo para o qual o governo argentino está implementando um plano de ajuste que acaba de receber o aval da entidade multilateral.
Em 2023, a taxa de câmbio terá uma média de 218,90 pesos por dólar, com um aumento de 62% em relação ao nível atual da taxa de câmbio oficial.
Pobreza chega a 36,5%
Já a taxa de pobreza na Argentina ficou em 36,5% da população no primeiro semestre de 2022, com uma redução de 0,8 ponto percentual em relação ao segundo semestre de 2021, segundo o instituto de estatística Indec.
Enquanto isso, a indigência, que afeta as pessoas que não conseguem cobrir as despesas básicas de alimentação, aumentou. O estudo oficial colocou o número de indigentes em 8,8% da população, um aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao índice do segundo semestre do ano passado.
O levantamento do Indec é realizado nos 31 grandes conglomerados urbanos da Argentina e não urbanos com uma população total de 47 milhões de pessoas, mas oferece um panorama global que permite uma projeção em todo o país.
Segundo o Indec, mais da metade (50,9%) das pessoas de 0 a 14 anos são pobres, contra 51,4% no semestre anterior e 54,3% nos primeiros seis meses de 2021.
O número de pessoas abaixo da linha de pobreza foi de 10,64 milhões, dos quais 2,56 milhões são indigentes.