Moran Stella Yanai, uma renomada designer e artista, foi sequestrada em 7 de outubro do ano anterior e mantida em cativeiro pelo grupo terrorista Hamas por mais de sete semanas. Ela compartilhou sua experiência traumática e os horrores que enfrentou durante seu cativeiro, em uma entrevista ao The Washington Post, mais de seis meses após sua libertação.
No dia de seu sequestro, Yanai estava no Festival de Música Nova, no sul de Israel, exibindo suas joias artesanais. Durante o evento, o local foi invadido por militantes armados do Hamas. Yanai fugiu, enviando mensagens de voz angustiadas para seus pais, temendo que sua vida estivesse em perigo.
Segundo informações do Pleno.News, ela conseguiu escapar por algumas horas, mas foi capturada por um grupo de milicianos que transmitiram ao vivo um vídeo dela implorando por sua vida. Ela conseguiu convencê-los de que era árabe, usando seu conhecimento limitado do idioma e mostrando seu colar, que tinha seu segundo nome, Stella, em caracteres árabes. Eles a deixaram ir.
Pouco depois, ela foi encontrada por outro grupo de homens armados. Usando a mesma estratégia, ela negociou sua libertação. No entanto, após subir em uma árvore fina para se esconder, ela caiu e quebrou o tornozelo em dois lugares. Manca, ela foi capturada por um terceiro grupo, maior e mais organizado, que a manteve em cativeiro.
Yanai foi colocada em um dos carros roubados de Israel para a fuga dos terroristas. Ela tentou fechar os olhos, mas o líder do grupo puxou seu cabelo e ordenou que ela mantivesse os olhos abertos. Alguns terroristas tentaram agredi-la enquanto a levavam para um hospital.
– Bem-vinda a Gaza – disse o líder do grupo.
– Eles se sentiam como se tivessem ganhado um prêmio – lembra Moran.
No hospital, ela foi cercada por outros homens, que rapidamente tiraram seus sapatos, esvaziaram seus bolsos e retiraram as joias restantes. Em estado de choque, ela ouviu um médico sussurrar em hebraico, perguntando como ela estava. Quando ela pediu ajuda, ele apenas sorriu para ela, uma cena que ela descreveu como “um filme de terror”.
– Ele apenas sorriu para mim, como em um filme de terror. Esse foi o momento em que fiz uma mudança em minha cabeça e compreendi que estava em uma situação muito ruim. A partir daí, foi: sobreviver, começar – resumiu.
Durante as sete semanas seguintes, Yanai foi transferida de casa em casa, sempre com novos guardas. Ela temia os homens, mas dependia deles para sobreviver. Ela disse que não foi estuprada, mas ouviu histórias de outras mulheres que foram abusadas no cativeiro.
Em 29 de novembro do ano passado, Moran foi finalmente devolvida a Israel como parte de uma trégua temporária, durante a qual o Hamas libertou 105 reféns em troca de uma pausa nos combates e a libertação de 240 prisioneiros palestinos das prisões israelenses. Como resultado do terror, ela descobriu que era alérgica aos piolhos que infestaram seu couro cabeludo e perdeu quase 8 quilos.
Além disso, Yanai perdeu parte da audição devido às explosões e teve que iniciar uma fisioterapia intensiva para o tornozelo. Por fim, ela foi diagnosticada com síndrome de dor regional complexa, uma doença crônica rara. Após ser examinada em um hospital israelense, foi informada de que o tratamento recebido em Gaza complicou sua recuperação.