Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Pavilhão de cargas já está cheio de insumos
Milhares de pessoas encararam nesta quarta-feira filas de mais de 3 quilômetros na Base Aérea de Brasilia para entregar garrafas de água, alimentos, remédios e roupas às vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.
O pavilhão de cargas já está completamente cheio com as pilhas de doações, o que levou a FAB a destinar um outro galpão — destinado ao estacionamento de aeronaves – para guardar os mantimentos que tem chegado aos montes.
— O movimento de doações aumentou de ontem para hoje. O nosso trabalho é receber, organizar, fazer a triagem e preparar o material para ser embarcado. A prioridade de envio agora é água potável — disse o capitão Breno Rodrigues de Souza.
Doadores enfrentam longas filas e lotam base Aérea de Brasília
Na fila por mais de 1 hora, o aposentado Adão Silva Santana, 59 anos, declarou que não se importavam com a demora e voltará amanhã ou “quantas vezes precisar”.
— É uma questão de humanidade. Todos todos podemos passar por essas dificuldades. Estou fazendo a minha parte com os nossos irmãos do Rio Grande do Sul — disse ele, que veio de Fercal, região administrativa de Brasília. Santana recolheu as doações da comunidade onde mora e mal cabia no carro que estava abarrotado de garrafas de água e sacos de roupas, cobertores, racão de animais e colchonetes
— Eu tirei o dia de folga para trazer essas águas. Tenho parentes no Rio Grande e fiquei muito sensibilizada com o que está acontecendo por lá — disse a dentista Ana Carolina, de 29 anos, de Sobradinho (DF). Ela arrecadou as doações em uma campanha que fez na internet.
O militar Israel Moura, de 32 anos, também aproveitou a sua folga de plantão para carregar o caminhão e trazer os mantimentos à base. — Vou deixar aqui, buscar mais material e voltar. É preciso pensar no próximo como se você mesmo — disse ele, que veio de Planaltina de Goiás (GO).
Além de Brasília, as bases aéreas de São Paulo e Rio de Janeiro viraram centros de coleta de doações. Nesta quarta, a aeronave KC-30 partiu de São Paulo para a Base Aérea de Canoas (BACO), com 25 toneladas de água, purificadores, cestas basicas etc. Amanhã uma aeronave do mesmo porte deve partir de Brasilia.
A base aérea de Canoas não comporta a mesma capacidade de armazenagem das bases de Brasília, Rio e São Paulo. Por isso, as cargas não serão enviadas todas de uma vez.
— Não é só mandar. Precisa ver se tem logística para escoar todo esse material, se tem embarcações e veículos para isso e se as vias do entorno não estão bloqueadas pela água — disse o capitão Souza.