Teste aprovado é o kit de diagnóstico molecular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), produzido via Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (20), o primeiro produto para o diagnóstico da varíola dos macacos – ou monkeypox no Brasil. O teste aprovado é o kit de diagnóstico molecular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), produzido via Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e capaz de detectar as regiões genômicas do vírus.
O kit permite a detecção dos vírus orthopox, monkeypox e varicella zoster, a partir de uma tecnologia chamada PCR em tempo real, indicada para o processamento de amostras clínicas.
De acordo com a Anvisa, foram analisados requisitos técnicos como o desempenho clínico e o gerenciamento de risco, que servem para garantir a adequabilidade do produto ao uso proposto. Segundo a avaliação, o produto atendeu aos critérios técnicos definidos pela agência. A disponibilidade do produto no mercado depende da Fiocruz, segundo a Anvisa.
De acordo com a Anvisa, a avaliação do pedido levou 39 dias, incluindo 17 dias utilizados pela solicitante para atender exigências técnicas feitas pela agência.
Doença no país
Até o momento, o Brasil registra 7.019 casos confirmados de varíola dos macacos e duas mortes, segundo o Ministério da Saúde.
Os casos foram confirmados nos estados de São Paulo (3.495), Rio de Janeiro (956), Minas Gerais (447), Distrito Federal (241), Goiás (405), Bahia (103), Ceará (247), Rio Grande do Norte (67), Espírito Santo (64), Pernambuco (111), Tocantins (9), Amazonas (71), Acre (1), Rio Grande do Sul (169), Mato Grosso do Sul (88), Mato Grosso (58), Santa Catarina (223), Paraná (173), Pará (29), Alagoas (12), Maranhão (13), Paraíba (17), Piauí (7), Roraima (4), Rondônia (3), Amapá (2) e Sergipe (4).
Medidas de prevenção
A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato direto pessoa a pessoa, chamado de pele a pele.
O contágio pode acontecer a partir do contato com lesões cutâneas, crostas ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, pelo toque em objetos, tecidos (roupas, lençóis ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a doença, além do contato com secreções respiratórias.
O Ministério da Saúde recomenda evitar contato próximo com pessoas com suspeita ou diagnóstico da doença, além da higienização das mãos com água e sabão ou com álcool em gel antes de comer ou tocar no rosto como uma medida de prevenção.
Diante de algum sintoma suspeito (veja abaixo), as pessoas devem procurar atendimento médico em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação.
Sintomas da doença
A varíola dos macacos, na maioria dos casos, evolui sem complicações e os sinais e sintomas duram de duas a quatro semanas.
As manifestações clínicas habitualmente incluem lesões na pele na forma de bolhas ou feridas que podem aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais. No entanto, o surto atual da doença tem apresentado características epidemiológicas diferentes, com sintomas que podem ser bastante discretos.
Na forma mais comum documentada da doença, os sintomas podem surgir a partir do sétimo dia com uma febre súbita e intensa. São comuns sinais como dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e principalmente o aparecimento de inchaço de gânglios, que pode acontecer tanto no pescoço e na região axilar como na parte genital.
Já a manifestação na pele ocorre entre um e três dias após os sintomas iniciais. Os sinais passam por diferentes estágios: mácula (pequenas manchas), pápula (feridas pequenas semelhantes a espinhas), vesícula (pequenas bolhas), pústula (bolha com a presença de pus) e crosta (que são as cascas de cicatrização).