Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a necessidade de uma maior interação política entre seus ministros e o Congresso Nacional.
No lançamento do programa Acredita, voltado para o fomento de pequenos negócios, Lula solicitou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, intensifique o diálogo com o Congresso. O ministro Haddad também foi advertido pelo presidente a dedicar mais tempo ao diálogo com os parlamentares, em vez de se concentrar na leitura de livros.
Lula expressou: “Alckmin precisa ser mais proativo e dialogar mais. Haddad deve trocar horas de leitura por conversas no Senado e na Câmara. Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, e Rui Costa, ministro da Casa Civil, devem priorizar o tempo de interação com as diferentes bancadas.”
Essa exigência surge em um período tenso entre o executivo e o Congresso Nacional. Arthur Lira, presidente da Câmara, chegou a criticar o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chamando-o de “incompetente”. Contudo, Lula não mencionou Padilha em sua convocação pública aos ministros.
Há uma expectativa de que o presidente se reúna com Lira e com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, nesta semana para neutralizar as chamadas pautas-bomba que tramitam no Congresso e que podem impactar os cofres públicos em 70 bilhões, comprometendo o objetivo do governo de alcançar um resultado primário com déficit zero para este ano.
Recentemente, após o anúncio da revisão das metas fiscais de 2025 a 2028, Haddad fez um apelo público ao Congresso para que assuma compromissos fiscais, sugerindo um acordo para a aprovação de medidas de arrecadação e cautela na aprovação de projetos que elevem os gastos. O ministro até antecipou seu retorno de Washington, onde participava de reuniões do G20, para coordenar as pautas econômicas no Congresso Nacional.
Além de lidar com as pautas-bomba, Haddad enfrenta outro desafio: a regulamentação da reforma tributária, cujos textos devem ser enviados pelo governo ainda nesta semana.
No ano anterior, a eficaz articulação de Haddad com os líderes da Câmara e do Senado resultou na aprovação de medidas significativas para a agenda econômica, como a PEC da tributária e o arcabouço fiscal. No entanto, na esfera política, o governo enfrentou mais reveses do que sucessos, exemplificado pela rejeição do veto ao Marco Temporal.