A prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel (PL), está no centro de uma controvérsia envolvendo o descarte de livros infantis. Segundo informações do jornal O Globo, a líder municipal, compartilhou um vídeo em suas redes sociais onde classifica os livros como “lixo” e os descarta em uma lata de lixo.
No vídeo, Maciel alega que os livros foram doados pelo governo federal com a intenção de “induzir crianças e adolescentes a coisas que a família não quer que ele aprenda”. Ela critica o governo do PT, acusando-o de tentar influenciar as mentes dos jovens com valores que ela considera inaceitáveis.
A prefeita também emitiu um “alerta” aos outros municípios que aderiram ao Projeto Mundoteca, através do qual Canoinhas obteve o material didático. Ela pede que esses municípios façam uma revisão cuidadosa dos livros para garantir que não estão sendo enganados. Em sua crítica ao projeto, ela mencionou a Lei Rouanet, frequentemente atacada pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em resposta, a prefeitura de Canoinhas declarou que retirou os livros da Mundoteca, um projeto idealizado pelo Ministério da Cultura e Governo Federal em parceria com a FGM Produções e Girassol Incentiva.
Por outro lado, o governo federal insiste que o projeto é coordenado pela iniciativa privada. O Ministério da Cultura esclareceu que a unidade de Marcílio Dias, em Canoinhas, não tem vínculo com o governo federal e que o Projeto Mundoteca, inaugurado em novembro de 2022, é gerenciado pelo município desde 2023.
Diante dessas alegações, o Ministério Público de Santa Catarina iniciou uma investigação para apurar o descarte irregular dos livros, com a apuração sendo conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça da cidade.