Nova York concordou em desembolsar 17,5 milhões de dólares para resolver um processo movido por duas muçulmanas americanas. Elas alegaram que seus direitos foram violados pela polícia, que as deteve e as obrigou a tirar seus hijabs – uma peça de vestuário religioso que cobre a cabeça – antes de tirar suas fotos. O acordo preliminar coletivo se aplica a homens e mulheres forçados a remover suas vestes religiosas para serem fotografados.
A decisão foi registrada no tribunal federal de Manhattan na sexta-feira (5) e aguarda a aprovação da juíza distrital Analisa Torres. Após a dedução dos custos do processo, os pagamentos somarão 13,1 milhões de dólares e podem aumentar se mais de 3.600 pessoas elegíveis para indenização apresentarem suas reivindicações. Cada indivíduo receberá entre 7,8 mil e 13,1 mil dólares.
O acordo põe fim a um processo iniciado em 2018 por Jamilla Clark e Arwa Aziz. Elas declararam que sentiram vergonha e trauma ao serem obrigadas a remover seus hijabs para serem registradas no ano anterior em Manhattan e no Brooklyn.
Elas foram presas por violarem ordens de proteção que, segundo ambas, eram falsas. Para seus advogados, remover os tecidos foi como se elas tivessem sofrido uma revista nuas. “Quando eles me forçaram a tirar o meu hijab, senti que estava nua”, afirmou Clark em comunicado emitido pelos seus advogados. “Não sei se palavras podem explicar o quão exposta eu me senti.”
Em resposta ao processo em 2020, a polícia de Nova York permitiu que homens e mulheres mantivessem seus aparatos ao serem registrados, desde que seus rostos estivessem visíveis.