Charmaine Sahadeo, uma mulher de 42 anos de Trinidad e Tobago, sofre de uma doença de pele rara e severa. Ela passou por um total de 60 horas de cirurgia para extrair alguns dos inúmeros tumores que se formaram em sua pele, o que a impedia de comer e respirar adequadamente.
Ela é portadora de um caso grave de neurofibromatose NF-1, uma condição que afeta uma em cada 3 mil pessoas nascidas e propicia o surgimento de neurofibromas. Esses nódulos de tecido nervoso surgem principalmente na pele, mas também podem se desenvolver nos músculos e ossos.
Apesar de a condição ser genética e incurável, as cirurgias ajudam a manter os tumores, geralmente não cancerígenos, sob controle.
Charmaine estava há anos sem passar por procedimentos e seus tumores cresciam rapidamente, impedindo-a de falar, comer alimentos sólidos e até mesmo respirar corretamente. Sua mãe também possui a doença, mas em um grau de severidade muito menor.
Ela foi atendida por cirurgiões especialistas no programa Take My Tumor do canal de TV americano TLC. “Tinha medo de morrer sem ar. Não conseguia respirar e falar direito pelo excesso de tumores dentro da minha boca. Desde os 13 anos vivo assim”, disse ela.
O oncologista Ryan Osborne, especialista em tumores de cabeça e pescoço, conta que nunca viu um caso tão grave em três décadas de profissão. “A maioria dos médicos teve medo de operá-la pelo alto risco de uma operação tão complexa, mas senti que não podia ficar sem ajudar”, afirma.
VEJA O ANTES E DEPOIS
Ela disse que se sente uma mulher bonita e que agora pode respirar livremente (Crédito: Reprodução / ILCC)
Os procedimentos cirúrgicos para a remoção de “o máximo de tumores possível” tiveram uma duração total de 60 horas, sendo 13 horas dedicadas à primeira cirurgia e o restante do tempo distribuído em 24 intervenções menores ao longo de 10 semanas.
Havia alto risco de infecção e a cirurgia pode causar dor intensa quando o paciente acorda — por isso, era preciso ir “somente até onde os analgésicos dessem conta”, afirmou Osborne.
Apenas no primeiro procedimento foram retirados 100 neurofibromas do rosto de Charmaine. “Não podia esperar nada melhor. Hoje em dia me sinto linda”, afirmou ela.